Um grande TROLL e um
feliz Natal para todos!
Lançado pelo
streaming Netflix no início de dezembro de 2022, do diretor Roar Uthaug, o
filme TROLL foi muito criticado na internet
por lembrar os clássicos KING KONG e GODZILLA, com as cenas do monstro a
destruir helicópteros que o perseguem, a interagir com a protagonista loira
cheia de compaixão e, principalmente, pela cena do monstro a invadir a cidade.
Tal avaliação tem sua dose de injustiça, haja vista que a narrativa da donzela
perseguida pelo monstro – muito antes do cinema - tem origens mitológicas como no mito helênico
de Andrômeda. É o antigo mote da figura feminina que enfrenta monstros com a
sua delicadeza (que é respeitar a fragilidade das coisas). Já a cena do troll a
invadir a cidade, ao contrário do que dizem as críticas, nada tem de cópia de
outras obras do cinema, mas se refere a algo mais antigo e genuinamente
norueguês: a ilustração “Trollet på Karl Johan” do artista Theodor
Kittelsen (este sendo bastante citado no filme).
King Kong é um
gorila gigante que tornou-se clássico dos cinemas, com diversas adaptações
feitas desde sua criação, em 1933. O Godzilla surgiu em 1954 no Japão, inspirado
pelos ataques a Hiroshima e Nagasaki e o naufrágio do navio Lucky Dragon 5. Apesar
de o filme Troll apresentar alguns estereótipos como o monstro a destruir tudo
e mostrar a sua relação com uma loira de cabelo curto, a inspiração em que se
baseia o enredo e a estética são muito mais antigas que filmes sobre monstros
modernos e com maior profundidade de conteúdo. O pai da protagonista paleontóloga
é um pesquisador dos trolls e vive na cordilheira norueguesa de Jotunheimen
(em tradução livre do norueguês bokmål: Casa dos gigantes ou Onde vivem os
gigantes) e, em uma cena, mostra uma ilustração do artista norueguês Theodor
Kittelsen. Neste momento, ele questiona se o ilustrador cometeu o erro de
propósito. E o erro ao qual ele se refere é o fato de o troll caminhar na
cidade sob a luz do sol.
Imagem 01: Trollet
på Karl Johan. Theodor
Kittelsen. 1897. Fonte: nasjonalmuseet.no. |
Imagem 02:
Cena do filme Troll. Troll invade a cidade. Fonte: Netflix, 2022. |
Imagem 03:
Cena de abertura do filme Troll. Espelho de água reflete as montanhas.
Fonte: Netflix, 2022. |
Os trolls são
mostrados como parte intrínseca da floresta norueguesa, como entes inseparáveis.
Esta cena do filme (inspirada nas ilustrações dos contos noruegueses) os faz grandiosos
e dominantes na natureza, em relação aos humanos minúsculos e alheios à sua
presença. No folclore, os trolls são conhecidos por terem uma relação
escatológica com o sol, pois as narrativas populares dizem que, ao entrarem em
contato com sua luz, podem se transformar em pedra ou sofrer outros tipos de
transformações. Assim, na imagem estática natural sugere um troll possivelmente
petrificado há muito tempo; mas também é possível interpretar que esse troll
tem uma poderosa centelha de vida, pois seus rostos impoem autoridade. Uma
imagem que dá expressão visual ao mistério que habita sobre uma floresta
montanhosa e silenciosa da durante um dia de verão.
Imagem 04:
Cena do filme Troll. Rostos dos trolls nas montanhas. Fonte: Netflix, 2022. |
Imagem 05:
Fossen. Theodor
Kittelsen. 1907. Fonte: nasjonalmuseet.no. |
Imagem 06: Svælgfos.
Theodor Kittelsen.
1907. Fonte: nasjonalmuseet.no. |
A maioria dos
escandinavistas (Entre eles: AUBERT, 1992; HEIDE, 2011; GUNNELL, 2004; LINDOW,
2015) não descarta a teoria de que os trolls são descendentes culturais dos
mitológicos jotuns, gigantes com força sobre-humana que se manifestam em
oposição aos deuses, embora frequentemente eles se misturassem ou até mesmo
tomassem por matrimônio alguns deles. Sua fortaleza era conhecida como Utgard,
e ficava situada em Jotunheim (sim, o mesmo nome da cordilheira na qual
mora o pai da protagonista do filme), um dos nove mundos da cosmologia dos
nórdicos, separados de Midgard - o mundo dos homens - por montanhas
elevadas e por florestas densas. Os gigantes que viviam em outros mundos
diferentes dos seus próprios, pareciam preferir cavernas e lugares escuros
(AUBERT, 1992, p. 10-12). A Edda (Cf. Lerate, 1986) descreve a maioria dos
trolls como tendo olhares tenebrosos e intelecto fraco, comparando-os muitas
vezes com trejeitos infantis.
Na moda nacionalista do séc. XIX, eles atingem grande
força literária popular. Os muitos significados do troll estão relacionados ao
misterioso, ao inexplicável e ao desconhecido; estando sempre do outro lado, do
lado irracional da vida. Afinal, a mudança de forma é uma das artes mágicas dos
trolls, que costumam mudar de aparência quando necessário ou quando lhes
convêm. Muitas lendas e contos populares narram trolls se transformando em
animais, pedras e montes; ou mudando de cor, tamanho e aparência. Então, não é
estranho que gigantes tenham se transformado em trolls ao longo dos séculos.
A literatura medieval escandinava tardia produziu textos
que abordam trolls trabalhando nas minas, ajudando a construir igrejas ou
fazendo acordos com os reis e santos. Esta relação amistosa se encontra muito
mais presente nos contos e nas lendas folclóricas, que são abundantes
principalmente no período oitocentista, no qual os românticos e folcloristas
realizaram vasta produção de cultura popular. Os contos destacam uma vizinhança
entre humanos e trolls. Estes, que tinham completa aversão aos cristãos e seus
símbolos, em algumas narrativas passam a colaborar na fermentação da cerveja,
colocam sinos em igrejas, fazem visitas natalinas e fornecem riqueza material
aos humanos que - em troca - oferecem uma cordial amizade. Esta amistosidade
mostra que a memória da antiga religião nórdica faz parte da tradição popular e
continua a ser mantida através da inserção social dos trolls nas contações
folclóricas. Ao narrar histórias nas quais os troll estão inseridos nas
atividades comunitárias, os escandinavos os mantém como parte essencial de sua
memória cultural.
Imagem 07:
Cena do filme Troll. Caderno com ilustrações de Theodor Kittelsen. Fonte:
Netflix, 2022. |
Há uma discussão etimológica sobre as origens e os significados da palavra troll, pois que não há um significado único e nem um consenso sobre a procedência da palavra. Para tanto, são encontradas diferentes composições da palavra nos antigos textos nórdicos e as diferentes evoluções que o termo sofreu na Noruega, na Islândia e na Dinamarca. Há a presença de trolls em algumas sagas islandesas e narrativas mitológicas. É importante distinguir os momentos em que o nome aparece no plural e no singular, como também destacar suas aparições nos gêneros masculino e feminino. De todos os empregos da palavra, vale destacar a primeira aparição, que surge no singular e se refere a uma trolesa. Tal emprego se dá em um livro da Edda em prosa - o Skáldskaparmál – e narra o encontro no qual o deus Bragi[i] - distante da presença humana e na obscuridade de caminhos longínquos – encontra a trolesa. Entre os dois ocorre um diálogo que esbanja adjetivações sobre suas respectivas características, através de kenningar[ii] que designam o sol, o ouro, o deus Odin e a lua. Lindow (2015, p. 28-31) analisa o diálogo a cada verso e comenta que o deus Bragi estava em uma noite escura na natureza, em situação de estresse, de tempestade ou de embriaguez; quando os sentidos podem ser alterados e, assim, ocorrer uma experiência empírica do sobrenatural. Sendo assim, o autor discorre sobre as causas de, na mitologia nórdica, os trolls aparecerem como seres noturnos e ligados à natureza selvagem, assim como as videntes e os lobos.
A saga Bárðar tem sido considerada uma saga da família
islandesa e a saga pertence a esta categoria, embora seu material possa ser um
tanto extraordinário. A principal diferença é que os personagens principais da
saga Bárðar são trolls, não humanos. A saga, no entanto, não faz distinção
clara entre os dois, pois tanto os trolls quanto os humanos faziam parte da
realidade do século XIV (JAKOBSSON, 1998, p.64). Por exemplo, a dupla natureza
do personagem Dumbr é enfatizada, assim como a dupla natureza do personagem
Bárðr em uma extensão ainda maior. Ele é um gigante e, portanto, bonito e de
disposição gentil, mas também um troll e, portanto, mal-humorado e implacável
quando fica com raiva. Sua beleza é herdada de sua mãe, um ser de natureza não
especificada que parece representar o inverno, e sua sabedoria do sábio gigante
Dofri, que o criou, em Dofrafjöll (também conhecido como Dovrefjell ou Dofrafjöll,
montanha onde, no filme, trabalha a paleontóloga e também caminha o troll). E
não é sem motivo que o filme foi lançado pouco antes do solistício de inverno.
Pois, um dos contos de trolls mais famosos da Noruega é “O gato de Dofrafjell”,
narrativa popular que foi publicada pela dupla de folcloristas Asbjørnsen e Moe
(1852, sem paginação), os dois maiores responsáveis pela divulgação do folclore
norueguês.
Imagem 08:
Capa do livro “The cat on the Dovrefell”. Tomie de Paola, 1979. Fonte: Editora
Simon&Schuster. |
Este conto conta a história de um homem que tinha
capturado um grande urso branco e iria levá-lo ao rei da Dinamarca. Ele chegou
às montanhas de Dovrefjell um dia antes da véspera de Natal e pediu abrigo a um
homem em uma cabana. O homem lhe informa que não pode abrigá-los porque toda
véspera de Natal a propriedade é invadida por trolls que comem e bebem tudo e
eles ficam sem ter lugar para onde ir. Então o forasteiro implora para ficar na
cabana, mesmo com esse problema. Ele consegue se hospedar com o urso, mas as
pessoas da casa fogem com medo dos trolls e fantasmas. E, antes de partirem,
tudo estava pronto para os Trolls: as mesas estavam postas com fartura com
muitos tipos de bolos, pães, peixes, mingaus e carnes. Então chegam os trolls e
outros seres na cabana. Eles começam a provocar com espetadas e gritarias o urso
que estava a dormir sob o fogão. Então o urso branco levantou e rosnou, caçando
todo o bando de trolls por todo o terreno. No dia seguinte, o anfitrião estava
na floresta na tarde da véspera de Natal, cortando lenha antes dos feriados,
pois achava que os Trolls voltariam; e assim ele ouviu uma voz na floresta o
chamar. Então era o troll que perguntou “Ainda tens o grande gato contigo?” E o
anfitrião responde: "Sim, isso eu tenho. Ele está deitado em casa sob o
fogão e, além disso, agora tem sete gatinhos, muito maiores e mais ferozes do
que ele mesmo." E o troll responde: "Ah, então, nunca mais voltaremos
a vê-lo", gritou o Troll na floresta. E ele manteve sua palavra; pois
desde aquela época os Trolls nunca mais comeram a ceia de Natal em Dovrefjell.
Há diferenças entre
os trolls dos manuscritos medievais e os trolls dos contos. Enquanto os trolls
lendários eram apresentados como gigantes que viviam em lugares distantes; os
contos e a tradição popular revelam uma aproximação como misteriosos vizinhos
de aparência deformada. Lindow (2015, p. 47) ressalta que apesar de os trolls
terem natureza ambígua, continuarem amaldiçoando/sequestrando e pertencerem ao
ambiente natural; boas relações e coexistência amigável são, dos textos do séc.
XVII em diante, uma constante em direção aos humanos, não só na literatura, mas
também nas artes plásticas e no folclore. Os trolls são perigosos, mas de boa
índole ao mesmo tempo, assim como a natureza é bela, mas também insidiosa e
errática. Um significado mais profundo pode ser encontrado entre os trolls, que
refletem os diferentes caprichos da vida.
As ilustrações
dos contos noruegueses moldam a estética que envolve a paisagem e a arquitetura
repletas da presença de camponeses e trolls – unindo o cotidiano ao maravilhoso
espiritual – ampliando os significados. Muitas das ilustrações que dão sentido
visual às publicações dos contos noruegueses são de autoria de Theodor
Kittelsen (que, no filme, tem suas ilustrações expostas na casa do pai da
protagonista, além de ser também citado por ele.). Sua arte apresenta uma
mescla de espírito, natureza, pessoas e paisagem. Como representante da última
fase do romantismo, foi conhecido por sua capacidade criativa de expressar a
melancolia e a alegria simultaneamente através da fantasia. A constituição de
criaturas e forças que nenhum ser humano realmente viu, e a mudança de humor da
natureza. Sua arte moldou a percepção de uma nação sobre o que a alma do povo
norueguês denota e, em particular, seus retratos dos trolls foram estabelecidos
como ícones nacionais. Ao descrever sua arte, Kittelsen narra o aparecimento do
troll da floresta:
A monotonia
selvagem da floresta é o seu selo. Nós nos tornamos uma parte dela. Nós a
amamos como é – forte e melancólica. Quando crianças, ficamos olhando os
pinheiros escaldantes. Seguimos as poderosas tribos com os olhos e com a alma,
subimos entre os fortes braços retorcidos e alcançamos os mais altos picos,
balançando e assobiando lá em cima, no delicioso azul. Quando o sol se pôs, a
solidão e o silêncio se espalharam como nozes longas e densas. Era como se a
floresta não respirasse em avassaladora expectativa. Quando martelou em nossos
corações, queríamos mais – imploramos e oramos por aventuras fortes e
selvagens, para nós, pobres crianças. E a floresta nos deu o que pedimos.
Rastejante como um gato, tudo o que costumava ficar petrificado começou a se
mover. Ao longe, uma crista da montanha brota. Inspirou admiração e terror. Ela
abriu os olhos ...
ela começou a se mover... ela estava em pé silenciosamente em nossa direção.
Ficamos aterrorizados, mas gostamos! Era o troll da floresta. Em seu
único olho enorme, ele nos ofereceu todo o mistério e horror, todo o ouro e
brilho que nossa alma infantil ansiava! (1892, sem paginação. Tradução livre da
autora)[iii].
O filme segue o conceito já utilizado pelo diretor Mikkel Brænne Sandemose de usar as obras de Kittelsen como base para as cenas. Nos filmes “Askeladden - I Dovregubbens hall” (Em tradução livre: “Askeladden – No salão do rei da montanha”) de 2017 e “Soria Moria Slott” (O castelo de Soria Moria), de 2019; o diretor mostra toda a inspiração que teve na obra de Kittelsen e no seu legado artístico. Pois os produtores editaram, em arte gráfica e digital, a pintura de Kittelsen e a adaptaram para uma cena do filme. Assim como na pintura de Kittelsen, o castelo dourado remete ao sol por trás das montanhas, ao domínio que os trolls têm sobre a arte de trabalhar com o ouro e outros minerais.
Imagem 09: Far, far away Soria Moria Palace shimmered like Gold, 1900, Theodor Kittelsen. Fonte: Natjionalmuseet, Oslo. |
Imagem 10: Cena do filme “Soria Moria Slott”, Mikkel Brænne
Sandemose, 2019. Fonte: Amazon Prime, 2020. |
Imagem 11:
Cena do filme Troll. Palácio nacional da Noruega. Fonte: Netflix, 2022. |
Imagem 12: Soria Moria Slott, 1911, Theodor
Kittelsen. Fonte: Natjionalmuseet, Oslo. |
Oslo surge com a seguinte afirmação: “A coisa mais importante para um troll é a
família.” Assim, fica implícito que o filme passa a mensagem de que o troll
valoriza a tradição e a família. E isto é diferente do egoísmo do troll de
Ibsen, que coloca a importância de sua vontade acima de tudo.
A imagem dos trolls está intimamente ligada à paisagem
natural e à antiga religião, sendo um forte elemento tradicional e ancestral.
Segundo Martine Joly (2007, p. 48) a imagem confunde-se com aquilo que
representa e pode tanto enganar como educar, através da mímese. É um reflexo da
realidade física ou imaginária. A vida no além da morte, o sagrado, o
sentimento, o saber, a verdade e a arte são campos para os quais o simples
termo imagem remete o indivíduo que tem memória. Os trolls de Kittelsen,
resgatados pelos mais recentes filmes noruegueses, trazem à lembrança o que
Ortega y Gasset (2011, p. 106) diz sobre a obra de arte superior expressar sempre
a trágica condição da existência; reunindo tanto os elementos ativos de
combate, ação e dinamicidade; como os passivos que remetem à renúncia, inércia
e quietude. Apesar de conter elementos cinematográficos já muito conhecidos e
utilizados pelo cinema, o filme Troll surge – assim como os trolls que aparecem
no natal – para nos lembrar que a ancestralidade espiritual e natural estará
sempre presente, por mais que se busque esquecê-la. O troll,em uma única figura,
apresenta símbolos importantes. No filme, a caça ao troll como enfrentamento do
caos e domínio sobre a natureza é tratado como um problema a ser solucionado,
pois a morte do monstro não é percebida como vitória, mas como o fracasso de
ser impotente e incompreensível com a própria ancestralidade.
Fontes
primárias:
ASBJØRNSEN,
P. C.; J. MOE. 1852 Norske Folkeeventyr samlede og fortalte af P.Chr.
Asbjørnsen og Jørgen Moe, Christiania: Johan Dahls Forlag, 1852.
AUBERT.
Francis. Askeladden e outras aventuras. São
Paulo: Edusp, 1992.
IBSEN,
Henrik. Peer Gynt: a dramatic poem. Traduzido por John Northam.
Ibsen.net, 2007. Dispon+ivel em: <https://www.hf.uio.no/is/tjenester/virtuelle-ibsensenteret/ibsen-arkivet/tekstarkiv/oversettelser/114049.pdf>.
Acessado em: 12 de abril de 2022.
KITTELSEN, Theodor. Troldskab. Kristiania: Det
Kgl. Bibliotek, 1892.
LERATE, Luís. Edda Mayor. Tradução de Luís Lerate.
Madrid: Alianza Editorial, 1986.
Referências
bibliográficas:
GUNNELL,
Terry. The Coming of the Christmas Visitors: Folk legends concerning the
attacks on Icelandic farmhouses made by spirits at Christmas, Northern
Studies. Vol. 38, 51-75. 2004.
HEIDE, Eldar. ”Loki, the
Vätte, and the Ash Lad: A Study Combining Old Scandinavian and Late Material.” Viking and Medieval Scandinavia Vol. 7. pp. 63–106. 2011.
JAKOBSSON, Ármann. “History of the Trolls? Bárðar saga as
an historical narrative”, Saga-Book 25 (1998), 53–71. Saga-Book of the Viking
Society, 1998.
JOLY, Martine. Introdução à análise da imagem. Lisboa:
Edições 70, 2007.
LINDOW, John. Trolls: an unnatural history. London,
Reaktion Books, 2015.
ORTEGA Y GASSET, José. Ensaios de estética: Mona
Lisa, três quadros de vinho e Velázquez. São Paulo: Cortez, 2011.
[i] Bragi, o Antigo.
Primeiro poeta nórdico, a quem é creditada a criação dos versos que os poetas
da Era
Viking
e seus descendentes na Islândia usaram através dos séculos (Lindow, 2015, p.
14).
[ii] Palavras que são
figuras de linguagem para substituir substantivos na literatura medieval
nórdica. O singular é kenning e o plural é kenningar.
[iii] Texto
original: Derborte springer en fjeldknaus frem. Undring og angst samled sig om
den: Den fik øine tog til at le'e paa sig
vandred i staaende stilhed lige mod os! Og vi fryded os i angsten, vi
elsked den! Det var skogtroldet. I sit eneste store øie bar han frem for os al
den uhygge og rædsel, alt det guld og glimmerglans, som vor barnesjæl
forlangte. Vi vilde skræmmes — og vi vilde trosse! Saa smaa vi var, vilde vi
tirre ham, hugge ham i hælen og røve guldet hans. Men allerhelst vilde vi have
det lysende øiet, som han havde i panden. Hvem skulde trod, at det stygge
skogtroldet eied sligt et øie!