O Programa de Pós Graduação em História da UFRN (História e Espaços), promoveu no dia 24 de setembro do corrente, a defesa da dissertação de mestrado: Guerra e Identidade: um estudo da marcialidade no Heimskringla, de Pablo Gomes de Miranda. A banca foi composta pelos professores Johnni Langer (UFPB), Edrisi Fernandes (UNB), Marcia Severina Marques (UFRN) e Raimundo Pereira Alencar Arrais (UFRN).
Trata-se de um estudo inédito no Brasil, pesquisando uma das fontes mais importantes da Escandinávia Medieval, a Heimskringla, em seus aspectos de marcialidade e espaço. Em um dos capítulos da dissertação, Pablo Miranda investiga as conexões entre mito, magia e religião no mundo da guerra nórdica, especialmente os relacionados a Odin, e em outro capítulo, a formação de uma identidade guerreira a partir das fronteiras entre os países escandinavos.
Pablo Miranda é membro do NEVE, Núcleo de Estudos Vikings e EScandinavos, e há vários anos se dedica ao estudo da história da guerra no mundo nórdico. Atualmente prepara um projeto sobre mitologia e folclore escandinavo, a ser desenvolvido no doutorado.
Fotografia de um dos manuscritos da Heimskringla
Resumo da dissertação: O objetivo de nossa dissertação é estudar como os escritos escandinavos produziram uma identidade da Noruega em ideais bélicos dentro de uma compilação de sagas islandesas chamado Heimskringla e que tem parte de seu conteúdo voltado para narrativas de um momento conturbado do surgimento das monarquias escandinavas entre o século VIII e XI, a chamada Era Viking. O Heimskringla, também conhecido como “O Círculo do Mundo” é um conjunto de escritos baseados na memória oral islandesa sobre os reis noruegueses e a formação do território norueguês. Na medida em que investigamos a relação entre os membros da realeza, seus companheiros e os povos escandinavos, passamos a delinear as relações de memória, identidade e guerra. Nosso trabalho pontua a maneira como a guerra escandinava produz, em suas narrativas, espaços próprios, seja nas relações político-sociais entre seus participantes, na organização de seus conflitos, ou na localização das atividades guerreiras, onde os lugares transformam-se em pontos essenciais dessas narrativas. A guerra é ao mesmo tempo um lugar de afirmações identitárias e um espaço de práticas necessárias para o fortalecimento do poder real.