O grupo interinstitucional NEVE (NÚCLEO DE ESTUDOS VIKINGS E ESCANDINAVOS, criado em 2010) tem como principal objetivo o estudo e a divulgação da História e cultura da Escandinávia Medieval, em especial da Era Viking, por meio de reuniões, organização de eventos, publicações e divulgações em periódicos e internet. Parceiro internacional do Museet Ribes Vikinger (Dianamarca), Lofotr Viking Museum (Noruega), The Northern Women’s Art Collaborative (Universidade de Brown, EUA), Reception Research Group (Universidad de Alcalá) e no Brasil, da ABREM (Associação Brasileira de Estudos Medievais) e PPGCR-UFPB. Registrado no DGP-CNPQ. Contato: neveufpb@yahoo.com.br

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

MESTRADO SOBRE A HEIMSKRINGLA NA UFRN

O Programa de Pós Graduação em História da UFRN (História e Espaços), promoveu no dia 24 de setembro do corrente, a defesa da dissertação de mestrado: Guerra e Identidade: um estudo da marcialidade no Heimskringla, de Pablo Gomes de Miranda. A banca foi composta pelos professores Johnni Langer (UFPB), Edrisi Fernandes (UNB), Marcia Severina Marques (UFRN) e Raimundo Pereira Alencar Arrais (UFRN).


Trata-se de um estudo inédito no Brasil, pesquisando uma das fontes mais importantes da Escandinávia Medieval, a Heimskringla, em seus aspectos de marcialidade e espaço. Em um dos capítulos da dissertação, Pablo Miranda investiga as conexões entre mito, magia e religião no mundo da guerra nórdica, especialmente os relacionados a Odin, e em outro capítulo, a formação de uma identidade guerreira a partir das fronteiras entre os países escandinavos.

Pablo Miranda é membro do NEVE, Núcleo de Estudos Vikings e EScandinavos, e há vários anos se dedica ao estudo da história da guerra no mundo nórdico. Atualmente prepara um projeto sobre mitologia e folclore escandinavo, a ser desenvolvido no doutorado.

Fotografia de um dos manuscritos da Heimskringla


Resumo da dissertação: O objetivo de nossa dissertação é estudar como os escritos escandinavos produziram uma identidade da Noruega em ideais bélicos dentro de uma compilação de sagas islandesas chamado Heimskringla e que tem parte de seu conteúdo voltado para narrativas de um momento conturbado do surgimento das monarquias escandinavas entre o século VIII e XI, a chamada Era Viking. O Heimskringla, também conhecido como “O Círculo do Mundo” é um conjunto de escritos baseados na memória oral islandesa sobre os reis noruegueses e a formação do território norueguês. Na medida em que investigamos a relação entre os membros da realeza, seus companheiros e os povos escandinavos, passamos a delinear as relações de memória, identidade e guerra. Nosso trabalho pontua a maneira como a guerra escandinava produz, em suas narrativas, espaços próprios, seja nas relações político-sociais entre seus participantes, na organização de seus conflitos, ou na localização das atividades guerreiras, onde os lugares transformam-se em pontos essenciais dessas narrativas. A guerra é ao mesmo tempo um lugar de afirmações identitárias e um espaço de práticas necessárias para o fortalecimento do poder real.


domingo, 22 de setembro de 2013

MITOLOGIA ESCANDINAVA É TEMA DE EVENTO NOS EUA

                               Prof. Dr. Johnni Langer (UFPB/NEVE)

A Universidade de Harvard promove a 12ª. Edição do The Aarhus Old Norse Mythology Conference at Harvard, a ser realizada de 30 de outubro a 1 de novembro de 2013. Alguns escandinavistas e mitólogos consagrados, como Neil Price, Chris Abram, John Lindow, Terry Gunell, entre outros, apresentarão suas mais recentes pesquisas.


Entre os diversos conferencistas convidados, percebemos a grande ênfase atual nos estudos de mitologia comparada aplicados à área escandinava: John Lindow compara os mitos finlandeses aos nórdicos, enquanto Thomas Dubois compara as tradições de cosmologia e astronomia báltico-finlandesa com a nórdica (seguindo uma pesquisa já apresentada na Califórnia em 2012). Outros comparatistas, como Emyle Lyle, Joseph Nagy, Kimberley Patton e Michael Witzel, utilizam áreas muito exploradas na escandinavística clássica, como a irlandesa, a grega e iraniana e algumas não muito comuns nas pesquisas contemporâneas, como a indiana e a chinesa. 
Certos temas explorados seguem a tendência recente em analisar temas escatológicos, como Cristopher Abram em uma interpretação do poema Völuspá; Mathias Nordvig volta a pesquisar a influência do vulcanismo nas narrativas míticas islandesas; o arqueólogo Neil Price explora o tema ragnarokiano do ponto de vista de eventos geoclimáticos; Lukas Rösli analisa as diferentes versões do Ragnarok nas fontes medievais.


O escandinavista Thomas DuBois (Universidade de Wisconsin-Madison), um dos poucos pesquisadores atuais de Etnoastronomia da Escandinávia Medieval


Algumas pesquisas seguem a tendência tradicional de análise de narrativas individuais, como Joseh Nagy, interpretando as diferentes versões da serpente nórdica; Henning Kure explora o tema da interpolação no poema Grímnismál; Karin Johánna analisa as divindades nórdicas na poesia rímur; Kate Heslop pesquisa o tema do herói em várias narrativas literárias; Jürg Glauser analisa o papel do hidromel na literatura mitológica; Nordal Gudrun interpreta o Grímnismál a partir da cosmologia do século XIII.
Outra grande tendência metodológica do evento é a análise dos mitos a partir das evidências materiais da cultura religiosa pré-cristã: Merill Kaplan volta a investigar a autenticidade pagã do conto de Volsi (recentemente analisado por Clive Tooley); Kimberley Patton e Olof Sundqvist analisam o tema da árvore cósmica e suas possíveis ritualizações na paisagem sagrada; Jens Peter Schjødt analisa os modelos de religiosidade nórdica pré-cristã preservados nas fontes medievais; Kees Samplonius examina o papel da magia no paganismo nórdico, em especial, a suposta interpretação de que o corpo feminino encontrado na famosa sepultura de Oseberg teria sido uma völva; Terry Gunell apresenta considerações sobre o culto dos deuses vanes e sua preservação oral nas fontes literárias.


O arqueólogo Neil Price (Universidade de Abeerden), um dos mais famosos escandinavistas da atualidade.


Certamente um grande evento acadêmico que comprova, mais do que nunca, a atualidade e a importância do estudo contemporâneo da mitologia nórdica, certamente a área mais popular dos estudos escandinavos.


Informações sobre o evento podem se conferidas aqui

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

ARTIGO ANALISA A ASTRONOMIA E A COSMOLOGIA DA ERA VIKING


A revista Domínios da Imagem, publicação do Laboratório de Estudos da Imagem (UEL), em sua última edição (n. 12 de 2013), acaba de publicar um estudo sobre a Etnoastronomia na Era Viking, com autoria do professor Johnni Langer (UFPB). Trata-se de uma área ainda muito pouco estudada no mundo, mas muito promissora em termos de fontes e perspectivas, tanto para região nórdica quanto para a Europa Medieval de maneira geral. A área de Etnoastronomia e Arqueoastronomia ainda é pouco conhecida no Brasil.

Artigo: O céu dos vikings: uma interpretação etnoastronômica da pedra rúnica de Eckelbo (Gs 19), DOMÍNIOS DA IMAGEM 6(12), 2013, pp. 97-112. ISSN: 2237-9126 (Digital).


Resumo: O presente artigo propõe algumas interpretações iconográficas para a pedra rúnica de Ockelbo (Gs 19), monumento erigido na Escandinávia durante a Era Viking (793-1066 d.C.). A investigação propõe uma análise através do referencial da Etnoastronomia, em convergência com os estudos de mitologia comparada e da História cultural. Nossa principal hipótese é a de que este monumento possui referências cosmológicas e astronômicas, centralizadas na representação mitológica da Via Láctea e constelações correlacionadas a esta.

O artigo pode ser acessado no link




sábado, 7 de setembro de 2013

LANÇAMENTO ANALISA AS INFLUÊNCIAS CÉLTICAS NO PAGANISMO GERMÂNICO

Novo estudo sobre a influência céltica na religiosidade germânica pré-cristã. 



Livro recém lançado do professor Mathias Egeler, da Universidade de Cambridge, aprofunda metodologicamente e em vário estudos de caso, especialmente em temas da mitologia escandinava, a sua relação com a área céltica. Poucos estudos anteriores efetuaram algo neste sentido, como o livro Myths and symbols in pagan Europe, de Hilda Davidson, de 1988.

Uma resenha da obra pode ser conferida aqui.

Para uma consulta ao índice do livro e a primeira parte, clique aqui.