O grupo interinstitucional NEVE (NÚCLEO DE ESTUDOS VIKINGS E ESCANDINAVOS, criado em 2010) tem como principal objetivo o estudo e a divulgação da História e cultura da Escandinávia Medieval, em especial da Era Viking, por meio de reuniões, organização de eventos, publicações e divulgações em periódicos e internet. Parceiro internacional do Museet Ribes Vikinger (Dianamarca), Lofotr Viking Museum (Noruega), The Northern Women’s Art Collaborative (Universidade de Brown, EUA), Reception Research Group (Universidad de Alcalá) e no Brasil, da ABREM (Associação Brasileira de Estudos Medievais) e PPGCR-UFPB. Registrado no DGP-CNPQ. Contato: neveufpb@yahoo.com.br

terça-feira, 30 de junho de 2015

BESTIÁRIO E RAGNARÖK EM MESTRADO NA UFPB


Fotografia do bestiário islandês.

As pesquisadoras Andressa Ferreira e Angela Albuquerque foram aprovadas para o Mestrado em Ciências das Religiões na UFPB, ambas abordando temas nórdicos e sob a orientação do professor Dr. Johnni Langer (UFPB/NEVE/VIVARIUM).




Andressa Furlan Ferreira é graduada em Letras Inglês pela Universidade de Brasília (UnB), tendo como tema de pesquisa: Physiologus og fleira: Simbolismos religiosos no bestiário medieval islandês. Entre os objetivos específicos da pesquisa, encontram-se os seguintes: 1) realizar um estudo comparativo entre as obras islandesas e as inglesas, com o intuito de verificar quais alterações ocorreram, bem como o porquê de terem ocorrido, na tradução islandesa; 2) verificar quais valores observados pela sociedade nórdica pré-cristã foram herdados aos bestiários islandeses;  3) averiguar em que medida o Physiologus contribuiu com o discurso das homilias escandinavas. 


 Angela Albuquerque
 Angela Albuquerque é graduada em Administração pela UFSC e tem como tema de pesquisa: A concepção apocalíptica na Mitologia Nórdica. A investigação tem como objeto a investigação do mito de Ragnarök, encontrado na Edda Poética, da literatura escandinava, do século XIII. Esse evento possivelmente foi narrado oralmente na Era pagã, tendo sido compilado, mais tarde, após a cristianização dos nórdicos (Langer, 2012: p. 3).  Perscrutar-se-á junto a Edda Poética de que maneira esse mito influenciou na construção do pensamento do fim do mundo nórdico.

 Para acessar o Programa de Pós Graduação em Ciências das Religiões na UFPB, clique aqui.



terça-feira, 23 de junho de 2015

DIETA VIKING: O EMAGRECIMENTO QUE VEIO DO FRIO

Profa. Ms. Luciana de Campos (NEVE/CEIA)
                                                                                                                                                 fadacelta@yahoo.com.br

As revistas brasileiras especializadas em dietas ganharam nos últimos meses uma “nova” dieta que vem conquistando espaço e visibilidade e também novos adeptos: a dieta viking. Com esse sugestivo nome as revistas estão montando cardápios com cinco refeições diárias garantindo sucesso na eliminação do excesso de peso. A proposta da dieta viking que se encontra nas mais diversas revistas de dietas de emagrecimento e exercícios físicos – das mais sofisticadas até as mais populares – é uma adaptação da alimentação contemporânea da Escandinávia.

 
Apresentando um cardápio rico em peixes, frutas vermelhas, legumes, azeite de oliva e frutas secas a dieta promete além de eliminar os tão indesejados quilos a mais, prolongar a vida, combater a manifestação do diabetes tipo 2, pressão alta,  melhorar o sono, a memorização, e principalmente não engordar novamente! O mais interessante em todas as matérias publicadas são as adaptações feitas para a dieta viking se adequar ao paladar e ao orçamento brasileiro, já que peixes como o salmão e o arenque são as fontes de proteínas principais na dieta comum da Escandinávia. Por aqui esses peixes são caros e não são encontrados facilmente em todos os supermercados. Além do peixe há também as frutas como os mirtilos, as amoras e framboesas negras, facilmente encontradas frescas em toda a Escandinávia, já, por aqui só as encontramos congeladas e, muitas vezes os preços são altos o que inviabiliza o seu consumo diário como recomendam os cardápios apresentados nas matérias das revistas.

No decorrer da matéria observa-se que vegetais como cenouras, abacate, brócolis, arroz integral, batatas e agrião tem o seu consumo recomendado mostrando todos os benefícios que estes alimentos proporcionavam aos “vikings”. A maioria desses vegetais não eram sequer conhecidos na Era Viking, pois são originários da Ásia e da América do Sul. O que realmente chama a atenção no decorrer da leitura da matéria -onde são consultados especialistas em nutrição e dietética bem como médicos - é que todos, sem exceção explicam que é graças a dieta viking que os escandinavos têm uma das melhores qualidades de vida do mundo!

Uma consulta a algumas obras que analisam a vida cotidiana e privilegiam a alimentação na Era Viking, como por exemplo A vida cotidiana dos vikings de Régis Boyer, nos mostram que durante os gelados meses de inverno a alimentação era muito pobre em vegetais: as carnes salgadas, a cerveja e algumas oleaginosas compunham praticamente todo o cardápio. Os alimentos frescos incluindo os vegetais (espinafres, beterrabas, nabos selvagens e urtigas) e as frutas mirtilos, framboesas vermelhas e negras, amoras, peras e maçãs e os cereais centeio, aveia, cevada e trigo eram amplamente consumidos a partir do início do degelo da Primavera e o seu consumo era estendido por todo o Verão o que também acontecia com as carnes de peixe. O que não era processado –defumado ou salgado – para o Inverno era consumido fresco. Também consumiam o leite e seus derivados: a manteiga, e o queijo além do skir (espécie de queijo fresco cremoso que até hoje é feito em casa e muito consumido em toda a Escandinávia). A alimentação era bem variada e, portanto balanceada para os padrões da época onde a abundância de alimentos dependia exclusivamente do clima e a fome era uma sombra constante na vida de todas as comunidades.

A “dieta viking” que vemos hoje estampadas nas revistas de emagrecimento pouco tem a ver com a dieta dos escandinavos medievais, principalmente no que diz respeito às adaptações no cardápio diário e também as quantidades: vale ressaltar que os líderes eram admirados pela sua coragem, bravura, habilidades marciais, mas também pelos excessos à mesa: comer e beber grandes quantidades era um sinal de virilidade, força e liderança!

Em tempos de comedimentos à mesa, de dietas que prometem uma vida longa e com o corpo perfeito nem os vikings permaneceram ilesos: ganharam também notoriedade por “comerem bem” e legarem à posteridade uma dieta altamente recomendável.

Realmente, os vikings estão na moda!

Bibliografia:
 
CAMPOS, Luciana de. Mitos alimentares nórdicos. In: LANGER, Johnni (Org.). Dicionário de Mitologia Nórdica. São Paulo: Hedra, 2015, pp. 313-317.

 CAMPOS, Luciana. A alimentação na Escandinávia da Era Viking. Notícias Asgardianas n. 2, 2012. Disponível aqui.

CAMPOS, Luciana de. Um banquete para Heimdall: uma análise da alimentação viking na Rígstula, História, imagem e narrativas 12, 2011. Disponível aqui. 

CAMPOS, Luciana de. Brindando aos deuses: representações de bebidas na Era Viking. Revista de História Comparada 6, 2012. Disponível aqui.

 

domingo, 21 de junho de 2015

NEVE NO VI CIEAM EM ASSIS-SP




O grupo NEVE participou ativamente da sexta edição do Ciclo Internacional de Estudos Antigos e Medievais na Unesp de Assis, com a presença de cinco membros. Ao todo, as atividades consistiram de dois minicursos, cinco comunicações, organização de um GT e a assessoria de um jantar histórico.




Curso "Sexo e sexualidade na literatura medieval", com Luciana de Campos 




Curso "Identidades e sexualidades da Era Viking e Mitologia Nórdica", com prof. Johnni Langer.





GT "Sexualidades e identidades na Antiguidade Tardia e Medievo", sob coordenação de Luciana de Campos e Semiramis Corsi.




Apresentação da comunicação: "Representando xamãs e feiticeira na Europa Setentrional: uma comparação entre a literatura islandesa medieval e o relato Lapponia de Johann Scheffer " de Pablo Gomes de Miranda




Munir Lutfe Ayoub apresentando o trabalho: "Rito, mito e memória no mundo escandinavo pré-cristão ".


 
André de Oliveira apresentando o trabalho: "O confronto político do bispo Guðmunðr com os goðar, na Islândia do século XIII".


Apresentação da comunicação "Cosmologia e identidade na Escandinávia da Era Viking", com Johnni Langer.
Este trabalho está disponível em vídeo pelo Youtube:




Parte 2:




Membros do NEVE e NEAM juntos no evento:


Identificação dos pesquisadores, da direita para a esquerda: Pablo Gomes de Miranda (NEVE), André de Oliveira (NEVE), Johnni Langer (NEVE), Luciana de Campos (NEVE), Semíramis Corsi (NEAM), Munir Lutfe Ayoub (NEVE). 

domingo, 7 de junho de 2015

CHAMADA PARA DOSSIÊ: MITO E RELIGIOSIDADE NÓRDICA, RBHR

 
 
 
Chamada para Dossiê: Mito e Religiosidade Nórdica, Revista Brasileira de História das Religiões (ISSN: 1983-2850, Qualis Capes B1 em História e Religião).
A academia brasileira está criando interesse para as antigas religiosidade que existiram no mundo ocidental. Apesar da Mitologia Clássica ser um tema muito estudado, outras formas de crenças como as que existiram entre os antigos germanos e os nórdicos da Era Viking ainda são quase desconhecidas dos cientistas das religiões, mesmo com seu sucesso na mídia e arte. Com isso, a Revista Brasileira de História das Religiões conclama os pesquisadores a apresentarem artigos e resenhas para seu dossiê: Mito e religiosidade nórdica. As propostas podem envolver desde estudos arqueológicos da religiosidade na pré-história e Idade do Bronze até o final da Idade Média. As cosmologias, crenças, mitos e rituais da Era Viking até o início da Critianização e conversão da Escandinávia. A arte e o simbolismo, o maravilhoso e a mitologia cristã na área nórdica medieval também podem ser contempladas, bem como as heresias e a religiosidade popular. Também estamos abertos para as resignificações contemporâneas, desde as representações artísticas (a mitologia nórdica na literatura, cinema, artes plásticas e quadrinhos) quanto às novas formas de religiosidade (as múltiplas formas do neo-paganismo nórdico). Esperamos que o dossiê consiga tanto atrair novos olhares para a área, quanto abrir espaço para outros caminhos interpretativos para os estudos das religiões em nosso país.
Organizador: Prof. Dr. Johnni Langer (Programa de Pós Graduação em Ciências das Religiões - UFPB/Núcleo de Estudos Vikings e Escandinavos/Vivarium Nordeste).
Prazo limite para envio das propostas: 05 de setembro, ao e-mail: johnnilanger@yahoo.com.br
Normas completas, formatação e informações editoriais, clique aqui.
 
 
 
 

segunda-feira, 1 de junho de 2015

GRUPO NEVE COMPLETA CINCO ANOS



O Núcleo de Estudos Vikings e Escandinavos está completando 5 anos de atividade, destacando-se como o mais profícuo grupo de estudos nórdicos em língua portuguesa. Entre suas diversas atividades neste período, incluem-se a realização de três eventos acadêmicos, a publicação de vários livros e oito edições do boletim Notícias Asgardianas, além de diversas outras atividades relacionadas com a área por todo o Brasil. Atualmente o grupo conta com 16 membros pesquisadores brasileiros, além de colaboradores estrangeiros. O blog do grupo já está atingindo a marca de 80.000 acessos e o grupo no facebook conta com quase 5.000 membros.

 
"Por ocasião do comparecimento em um evento de História Antiga e Medieval, recebi pessoalmente do prof. Dr. Johnni Langer o convite para ingressar em um núcleo de estudos que estava sendo formado. A proposta era congregar os profissionais brasileiros que se dedicavam seu tempo de pesquisa integralmente aos estudos da Escandinávia Medieval, com foco na Era Viking. É necessário entender que o panorama da Escandinavística no Brasil não era favorável: o Núcleo de Estudos Vikings e Escandinavos, com o agradável acrônimo NEVE, representou antes de tudo uma acolhedora perspectiva para jovens pesquisadores ávidos por novos espaços na historiografia medieval brasileira. Apesar de contarmos com o apoio de vários companheiros de áreas afins, o grupo era formado praticamente por recém graduados e mestrandos guiados pelo professor Langer. Apesar de cada membro do NEVE ter sua carga própria de publicações, o núcleo tem vivido sob um compromisso de camaradagem ímpar, sempre demonstrado pela convivência afetuosa nas redes sociais, trocas de correspondências eletrônicas e dos encontros em eventos acadêmicos. Cinco anos se passaram e algumas conquistas devem ser celebradas: o Notícias Asgardianas, nosso principal meio de manifestação, ruma para sua nona edição, além de livros e artigos com as pesquisa de seus membros que estão no prelo. Ainda mais, o Dicionário de Mitologia Nórdica é um sucesso absoluto, com ampla aceitação dentro e fora do meio acadêmico e é nesse sentido que ficam aqui meus votos para que o NEVE continue pavimentando seus rumos com discussões instigantes, descontinando os fiordes do conhecimento histórico para os leigos e os amigos pesquisadores."
 
Prof. Ms. Pablo Gomes de Miranda, professor da UFRN, membro do NEVE.


 
"Nestes cinco anos de grupo NEVE devo começar minhas homenagens por agradecer a oportunidade de fazer parte deste grupo que com suas publicações e eventos continua a engrandecer os estudos Vikings e escandinavos no Brasil fazendo com que áreas ainda pouco exploradas se tornassem presentes na academia. Quero também deixar claro minha profunda admiração a todos que tomam parte desta tão árdua batalha que os escandinavistas brasileiros estão superando, podendo salientar que em um ano de lançamento do Dicionário de Mitologia Nórdica mais uma batalha foi vencida de muitas que ainda estão por vir. Vislumbrando assim as dificuldades e batalhas que ainda teremos que passar, quero por fim ressaltar a lealdade que os acadêmicos deste grupo apresentam entre eles, aspecto raro na academia brasileira, pedindo assim que nunca permitam que o ego os suba a cabeça em momento nenhum e que nunca se julguem maiores ou melhores do que ninguém porque é o fato de nos mantermos leais a nossos princípios e de não nos engrandecermos em particular e sim em quanto a grupo que nos trouxe tão longe e que pode nos levar ainda mais nestas constantes batalhas pessoais que todos estamos submetidos na academia Brasileira."
 
Munir Lutfe Ayoub, mestre em História pela PUC-SP, membro do NEVE.