O grupo interinstitucional NEVE (NÚCLEO DE ESTUDOS VIKINGS E ESCANDINAVOS, criado em 2010) tem como principal objetivo o estudo e a divulgação da História e cultura da Escandinávia Medieval, em especial da Era Viking, por meio de reuniões, organização de eventos, publicações e divulgações em periódicos e internet. Parceiro internacional do Museet Ribes Vikinger (Dianamarca), Lofotr Viking Museum (Noruega), The Northern Women’s Art Collaborative (Universidade de Brown, EUA), Reception Research Group (Universidad de Alcalá) e no Brasil, da ABREM (Associação Brasileira de Estudos Medievais) e PPGCR-UFPB. Registrado no DGP-CNPQ. Contato: neveufpb@yahoo.com.br

sábado, 26 de março de 2022

Curso digital: História da Escandinávia (UFRN)

 


CURSO DE EXTENSÃO: HISTÓRIA DA ESCANDINÁVIA

Promoção do MAAT (Grupo de Estudos de História Antiga da UFRN) e NEVE

Objetivo: Este curso é uma parceria do MAAT - Grupo de Estudo de História Antiga da UFRN com o NEVE - Núcleo de Estudos Vikings e Escandinavos, coordenado pelo Prof. Dr. Johnni Langer, professor da UFPB e colaborador no Programa de Pós-graduação em História da UFRN. O curso é uma introdução à História da Escandinávia e procura apresentar ao público universitário e externo, interessados em geral, um panorama histórico que cobre desde a Pré-história ao Medievo. Além de abordar os aspectos históricos dos povos escandinavos, a proposta do curso também é tratar de um aspecto importante nos estudos históricos atuais, que diz respeito à recepção e aos usos do passado. O foco, para este último aspecto, são sobretudo os Vikings e sua construção, enquanto recepção, do século XVI aos dias atuais.










Ministrantes:

Alberto Robles Delgado – Mestre em História pela EURAME/Doutorando em História pela Universidade de Alicante, Espanha/NEVE

André de Oliveira – Mestre em História pela UFMA. Doutorando em História no PPGH-UFRN/NEVE

Johnni Langer – Mestre e Doutor em História pela UFPR/NEVE

Leandro Vilar de Oliveira – Mestre em História pela UFPB/ Doutor em Ciências das Religiões pela UFPB/NEVE

Monicy Araújo – Mestre e Doutoranda em Ciências das Religiões pela UFPB/NEVE

Pablo Gomes de Miranda – Mestre em História pela UFRN/Doutor em Ciências das Religiões pela UFPB/NEVE

Sandro Teixeira Motta – Mestre em História pela UNIRIO/Doutor em Ciências Militares pela ECEME/NEVE

Susan Sanae Tsugami – Mestre e Doutoranda em Ciências das Religiões pela UFPB/NEVE

Victor Hugo Sampaio – Mestre e Doutorando em Ciências das Religiões pela UFPB/NEVE

Vitor Menini – Mestre e Doutorando em História pela UNICAMP/NEVE

 

Bibliografia básica:

BEREND, Nora (ed.). Christianization and the rise of christian monarchy: Scandinavia, Central Europe and Ru´s c. 900-12000. Cambridge: Cambridge University Press, 2007.

BRINK, Stefan (Org). The Viking World. London: Routledge, 2008.

DELGADO, Alberto Robles. Projectando la historia: un recorrido por la cinematografia vikinga. Scandia Journal of Medieval Norse Studies 3, 2020. 

GRAHAM-CAMPBELL, James (Org.). Os Vikings. Barcelona: Del Prado, 2006.

GRIFFITH, Paddy. The Viking art of war.  London: Grreenhill Books, 1995.

HELLE, Knut (Ed.). Cambridge history of Scandinavia, vol. I e II. Cambridge: Cambridge University Press, 2008.

LANGER, Johnni (Org.). Dicionário de História das Religiões na Antiguidade e Medievo. Petrópolis, Vozes, 2020.

LANGER, Johnni (Org.). Dicionário de História e Cultura da Era Viking. São Paulo: Hedra, 208.

LANGER, Johnni (Org.). Dicionário de Mitologia Nórdica. São Paulo: Hedra, 2015.

LANGER, Johnni. Fé, exotismo e macabro: algumas considerações sobre a Religião Nórdica Antiga no cinema. Ciências da Religião: história e sociedade 13(2), 2015. 

LAURING, Palle. A history of Denmark. Copenhagen: Høst & Son, 2015.

NORSTROM, Byron. The history of Sweden. California: Greenwood Press, 2002.

PRICE, Neil. Vikings: a história definitiva dos povos do Norte. São Paulo: Crítica/Planeta, 2021.

PRICE, T. Douglas. Ancient Scandinavia: An Archaeological History from the First Humans to the Vikings. Oxford: Oxford University Press, 2015.

PULSIANO, Philip & WOLF, Kirsten (Orgs.). Medieval Scandinavia: An Encyclopedia. London: Routledge, 1993.

SAWYER, Peter (org.). The Oxford illustrated history of the Vikings. Oxford: Oxford Univertity Press, 1997.

SAWYER, Birgit & SAWYER, Peter. Medieval Scandinavia: From conversion to reformation circa 800-1500. Minneapolis/London: University of Minnesota Press, 1993.

SYRETT, Martin. Scandinavian History in the Viking Age: A Select Bibliography.  Cambridge: University of Camridge, 2004.


PÓS GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA COM TEMÁTICA NÓRDICA NA UFRN 


Recursos, ferramentas e guias online:

Como estudar a Era Viking (Youtube)


Como estudar os Vikings e a Era Viking no Brasil (Blog do NEVE)


Como escolher um tema e fonte em pesquisa escandinavística (Blog do NEVE)


Como cursar mestrado em estudos nórdicos no Brasil e exterior (Blog do NEVE)


Guia da Escandinávia Medieval: fontes, temas, métodos, pós-graduações, bibliografias e viagens (livro em pdf). 

 


segunda-feira, 21 de março de 2022

A Vila Viking Brasil: entrevista com Paulo Revuelta

 


Na cidade de Juquitiba (São Paulo) foi criada em 2018 a primeira reconstituição na América Latina de uma vila nórdica da Era Viking. Atualmente constitui o espaço mais importante para a prática e o estudo do recriacionismo histórico nórdico em nosso país. Neste local são realizadas diversas atividades recriacionistas abertas ao grande público, como mercados medievais, vivências, reconstituições de batalhas, treinamentos com equipamentos bélicos, além de oficinas e cursos com diversos temas, ministrados por especialistas e pesquisadores. As atividades e cronogramas de visitações podem ser acompanhadas pelo site da Vila Viking Brasil, a página no Facebook ou a conta no Instagram.

A seguir, realizamos uma entrevista com o diretor da Vila Viking Brasil, Paulo Cesar Frade Revuelta.




1. Como teve inicío a ideia de se recriar no Brasil uma vila da Era Viking? Quais as principais dificuldades e desafios em seu início?

Pratico o recriacionismo desde 2009 e como recriador procuro estudar, reproduzir itens baseados em achados arqueológicos e exercer atividades do período recriado; não demorou muito para também sentir vontade de construir estruturas, especialmente utilizando as ferramentas do período sem uso de energia elétrica. 

A principio pensei em adquirir um terreno para a pratica do recriacionismo sem ambição de abrir para o publico, mas ao contar sobre o projeto para algumas pessoas, a ideia foi expandindo e se potencializou quando fechei uma sociedade com meus amigos Agostinho Fernandes e Rafael Gasparotto.

Procuramos em um raio de 1h30 de viagem dentro de SP diversos terrenos, até encontrar um que se adequava ao projeto em Juquitiba SP.

Antes de iniciar os trabalhos fiz diversas pesquisas em madeireiras procurando quais as melhores opções para a construção das estruturas. 

Não digo que foi uma dificuldade, mas sim um desafio prazeroso começar as obras, desde cortar o mato, trabalhar na terra, carregar madeira e iniciar a construção das estruturas, tudo isso contando com amigos e outros recriadores na força tarefa. Tudo foi e ainda é muito gratificante e supera qualquer contratempo negativo.

Como se trata de um projeto para a vida toda e além, aproveitamos cada dia de trabalho intensamente, o que eterniza cada momento de forma única e nos motiva a seguir em frente.




2. Como você percebe o atual recriacionismo nórdico brasileiro e o interesse popular pelo tema da Escandinávia da Era Viking e a sua relação com a Vila Viking Brasil?

Tudo que fomos fazendo resolvemos registrar no Facebook e Instagram, o que criou uma grande curiosidade nas pessoas, fazendo com que se tornassem seguidores do nosso trabalho. Hoje temos 16.300 seguidores no Instagram sem nunca ter feito qualquer investimento financeiro com marketing. 

A cultura nórdica é algo que desperta interesse desde sempre no imaginário das pessoas, isso junto da oportunidade de vivenciar e interagir com pessoas que recriam tudo do período em um espaço devidamente ambientado, se torna ainda mais interessante possibilitando então uma imersão e troca de conhecimento muito mais profundo. 


 


3. Como é a estrutura atual da Vila Viking Brasil: como ela funciona e quais as suas principais atividades?

Fora abrir para visitação onde as pessoas podem circular pela Vila conhecendo os mercadores, estruturas, atividades, arquearia, combate, etc. Também realizamos encontros com foco em atividades de tecelagem, alimentação, forja, carpintaria, fundição e vivências de 2 dias onde 10 participantes vão fazer fogo, comida, cuidar da terra, ficar de guarda, tomar banho no riacho e dormir como no período representado, sem ter contato com itens contemporâneos como o celular. 

Todos que vem nos visitar sentem a energia que depositamos no espaço e são recebidos com muito carinho. Nos preocupamos em passar o conhecimento histórico e praticar as atividades dando atenção a cada individuo focando no que mais tem curiosidade, nos dedicamos para que tenham uma imersão completa e se sintam fazendo parte da nossa turma.

Para manter essa atenção especial, limitamos nossos encontros para poucas pessoas por vez, assim conseguimos conversar com todos, e se necessário repetir as demonstrações inúmeras vezes até que não tenham mais duvidas sobre o assunto que estiver sendo tratado. 




4. Uma questão educacional: a Vila Viking Brasil recebe estudantes e escolas? Ela tem metas futuras para isso? Existe algum tipo de monitoria treinada para receber o público?

Neste ano com a normalização da situação, vamos receber excursões escolares e de escoteiros que já entraram em contato conosco para realizar vivencias, palestras, demonstrações e gincanas.

Cada recriador dentro da sua especialidade auxilia o público durante as atividades.




5. Vocês tem algum tipo de apoio ou auxílio técnico em Museologia e História?

Até hoje não buscamos nem um tipo de apoio financeiro ou parcerias fora do meio do recriacionismo, mas estamos abertos para novos contatos que desejarem somar no nosso projeto. 




6. Em alguns lugares da Europa, existem as chamadas "imersões" da Era Viking: as pessoas se vestem, se alimentam, dormem e vivem um certo período dentro do cotidiano do Medievo: não usam óculos, aparelhos eletrônicos, equipamentos, relógios, etc. A Vila Viking Brasil já realizou algum tipo de imersão e quais os planos futuros em relação a esse tipo de atividade - geralmente fechada ao grande público e constituída por poucas pessoas.

Já realizamos sim, inclusive é a atividade que mais gostamos de praticar, em algumas vivências mantemos o foco no combate, tendo a necessidade dos participantes estarem constantemente atentos a um possível ataque, já outras focamos em atividades rotineiras apenas.




7. Quais as principais metas futuras para a Vila Viking Brasil e como ela pode ser uma parceira das pesquisas acadêmicas sobre a Era Viking?

Após a conclusão de todas as estruturas do mapa ainda vamos construir um barco no salão e levá-lo até a represa em Juquitiba, concluindo assim nossas metas até então determinadas.

Acredito que nosso trabalho tem muito no que somar e até multiplicar junto ao meio acadêmico para o publico, e estamos ansiosos por receber os amigos do NEVE. 


O diretor da Vila Viking Brasil, Paulo Cesar Frade Revuelta.


Referências:

PORTO JÚNIOR, João Batista da Silva. Vikings invadem o Brasil no século XXI: o neomedievalismo nos movimentos de recriação histórica nórdica nos trópicos. Signum 1(22), 2021.


LEIA TAMBÉM NO BLOG DO NEVE SOBRE RECRIACIONISMO HISTÓRICO NÓRDICO NO BRASIL:


Haglaz e a divulgação da Era Viking, 2017


O grupo Hednir e a reconstituição do combate viking, 2017


Vestanspjǫr e o recriacionismo nórdico no Brasil, 2017



domingo, 13 de março de 2022

O símbolo do Valknut é tema de novo vídeo do NEVE

Clique aqui para o novo vídeo do NEVE. 


Neste episódio analisamos alguns significados do  mais importante símbolo religioso nórdico da Era Viking: o Valknut. Apresentamos uma crítica sobre a hipótese de que o Valknut seja o símbolo descrito por Snorri Sturluson (o "coração de Hrungnir); os seus os usos cotidianos na religião, na política, em funerais e como símbolo de proteção em viagens marítimas e batalhas. A metodologia da pesquisa foi a iconográfica, visto que não existem informações literárias sobre o Valknut (este termo provém do sueco moderno).


IMAGENS E GRÁFICOS DO VÍDEO:









Bibliografia:




















quinta-feira, 10 de março de 2022

Aparelho da Era Viking é reconstituído no Brasil

Réplica de bússola solar (Vila Viking Brasil), 2022; ao lado: fragmento do disco de Uunartoq, Museu Nacional da Dinamarca, Copenhague, foto de Johnni Langer, 2018.


Prof. Dr. Johnni Langer (UFP/NEVE)
johnnilanger@yahoo.com.br


Uma das primeiras reconstituições da denominada "bússola solar" foi realizada em nosso país. Fabricado pela Mästermyr Marcenaria (RJ), especializada em reconstituir objetos de madeira da Era Viking, o objeto foi doado à Vila Viking Brasil (SP), onde se encontra atualmente, utilizada para atividades internas.

O objeto foi reconstituído baseando-se em várias fotografias e modelos disponíveis na internet, todos tendo como base principal o famoso disco de Uunartoq, descoberto na Groelândia em 1948 pelo arqueólogo Christen Vebæk e atualmente exposto em exibição no Museu Nacional da Dinamarca, em Copenhague. O disco de Uunartoq foi datado como sendo do ano mil d.C., coincidindo com a época das principais navegações durante a Era Viking. A partir dele, iniciaram-se várias pesquisas indicando a principal forma de orientação náutica durante o dia. Posteriormente, outros objetos de várias áreas nórdicas foram encontrados, confirmando o uso das sombras solares para orientação e determinação da latitude e também a posição do Sol (as pedras solares) (Langer, 2018, p. 118-119).




Os modelos  reconstituídos do disco de geralmente conservam os 32 entalhes laterais da borda, utilizados como graus no objeto original. A Mästermyr Marcenaria optou por não gravar as curvas equinociais e solsticiais constante dos discos das reproduções disponíveis na internet, pelo fato das latitudes das regiões islandesa-groenlandesa (hemisfério Norte) não coincidirem com as existentes no Brasil (hemisfério Sul), marcando assim a orientação Norte de modo errado, caso fosse utilizada na prática. O modelo do disco reproduzido para a Vila Viking Brasil utiliza um tonel de madeira e água, com uma operacionalidade diferente dos modelos com suporte para uma mão. 


  
A bússola solar da Vila Viking Brasil e ao lado, uma reconstituição esquemática do seu uso prático.



Essa versão foi baseada em algumas pesquisas que tem como modelo o Solskuggerfjol (prancha da sombra solar), utilizado nas ilhas Feroé entre os séculos XVII e XVIII (Los Ríos, 2017, p. 260). O seu uso era diferente da versão manual: ao meio dia, os marinheiros verificavam a posição da sombra do gnômon central e conseguiam determinar se estavam ao norte ou ao sul de uma latitude em especial.


A bússola solar sendo manipulada por Paulo Cesar Frade Revuelta, diretor da Vila Viking Brasil (SP).


A reconstituições de bússolas solares tem um enorme valor didático na atualidade, demonstrando o alto nível de conhecimento astronômico e de navegação que os nórdicos da Era Viking alcançaram mas, que ao mesmo tempo, transformaram esse conhecimento em uma tecnologia simples e extremamente eficaz em seu uso cotidiano.


Bibliografia:

LANGER, Johnni. Bússola solar. In: Dicionário de História e Cultura da Era Viking. São Paulo: Hedra, 2018, pp. 118-212.

LOS RÍOS, Augusto Conte de. Las supuestas evidencias del descubrimiento de América por los vikingos (norsemen). Revista general de marina, ISSN 0034-9569, Vol. 272, MES 2 (Marzo), 2017, págs. 249-263. 

PETTERSEN, Franck. The Viking Sun Compass. Planetarian, Vol. 22, #1, March 1993.

THIRSLUND, Soren. Viking navigation. Roskilde: The Viking Ship Museum, 2007.


Vídeos (demonstrações práticas do uso das bússolas solares da Era Viking):

Viking Sun Compass, 2020.

COMMENT S'ORIENTAIENT LES VIKINGS EN MER, 2021.


sexta-feira, 4 de março de 2022

Os reis e rainhas em Vikings: Valhalla (2022)

 Imagem 1: Pôster promocional de Vikings Valhalla (2022).


Os reis e rainhas em Vikings Valhalla (2022)

 

Leandro Vilar Oliveira (NEVE)
Doutor em Ciências das Religiões pela UFPB
vilarleandro@hotmail.com


A continuação da série Vikings (2013-2020) criada e escrita por Michael Hirst, produzida pelo History Channel e a Netflix, estreou em fevereiro de 2022, saltando mais de cem anos de história do período da Era Viking (séc. VIII-XI), indo para conflitos ocorridos nas primeiras décadas do século XI. A nova série foi criada por Jeb Stuart, produtor, roteirista e diretor de filmes de ação, sem experiência em produções históricas como no caso de Michael Hirst. Apesar disso, Hirst e a Netflix investiram na ideia de Stuart em dar continuação a franquia Vikings.

O presente ensaio apresenta aspectos centrais do enredo da primeira temporada, tendo como foco comentar como Jeb Stuart reimaginou acontecimentos históricos envolvendo o trono inglês e norueguês, mesclando ficção e história.


Introdução

A nova série volta a ter como foco a guerra envolvendo a disputa da Inglaterra, algo abordado nas temporadas 4 e 5 de Vikings. Dessa vez, a trama se passa mais de um século no futuro. O novo enredo se inicia com o Massacre do Dia de São Brice, em que o rei Etereldo II ordenou a matança de nórdicos e anglo-daneses na Inglaterra.

Em seguida o primeiro episódio corta para apresentar a jornada de vingança dos irmãos Leif Ericson e Freydis Ericdotter, os quais com alguns amigos groenlandeses seguem à Noruega, atrás do homem que estuprou Freydis. Ao chegarem em Kattegat, cidade fictícia criada na série anterior, os groenlandeses se deparam com os preparativos de guerra, em que o rei Canuto da Dinamarca reunia seus jarlar e tropas para ir invadir a Inglaterra, em busca de vingar a morte dos que foram assassinados no massacre.

Neste ponto da trama, Leif para proteger a irmã, aceita o convite de Haroldo Sigurdson em seguir para a guerra. Com isso, a primeira temporada com seus 8 episódios se divide em três núcleos: a guerra em Londres, a jornada de Freydis a Uppsala e Kattegat. Tais núcleos se interagem várias vezes e os protagonistas transladam entre eles.

No núcleo da guerra em Londres se destacam Leif Ericson, Haroldo Sigurdson, Olavo Haraldson, o rei Canuto, o rei Etereldo II, o príncipe Edmundo, o earl Godwin e a rainha Emma. Recebendo o acréscimo do rei Sueno Barba Bifurcada e da rainha Egilva de Northampton. Já os jarlar que aparecem no núcleo da guerra e de Kattegat, são fictícios. Sendo assim, o ensaio procurou centrar-se nas figuras da nobreza, deixando de lado Leif e Freydis.

Massacre do Dia de São Brice (1002)

O acontecimento trágico que marca o início de Vikings Valhalla e serve de pretexto para que Canuto reúna vários aliados para ir invadir a Inglaterra atrás de vingança, realmente ocorreu, mas com algumas diferenças em relação a série. Antes disso é preciso explicar alguns termos que aparecem no seriado.

São Brice (c. 370-444) foi um bispo de Tours (na França), tendo governado aquela diocese por longos anos, além de ter incentivado a conversão dos francos, como feito por seu antecessor São Martinho de Tours (316-397). No século VI ele foi canonizado, e sua veneração espalhou-se pela França e depois Inglaterra. São Brice é o padroeiro dos juízes, seu dia litúrgico é 13 de novembro. (THE BOOKS OF SAINTS, 2011).

Todavia, por qual motivo o massacre ocorreu? No seriado é dito que o rei Etereldo II (c. 968-1016) indignado pelos ataques dos dinamarqueses, ordenou que todos os dinamarqueses do Danelaw fossem assassinados, incluindo mulheres e crianças. Na ocasião, o príncipe Haroldo Sigurdson que aparece no seriado, foi um dos sobreviventes. E ele relatou a Canuto a respeito da tragédia ocorrida.

O massacre realmente existiu, tendo ocorrido em 13 de novembro de 1002, embora não se saiba se ele durou apenas aquele dia, ou ocorreram perseguições nos dias seguintes. Além disso, não se sabe quantas pessoas foram assassinadas na ocasião. O acontecimento é citado na Anglo-Saxon Chronicle, importante coletânea de anais históricos. No entanto, o motivo do massacre ser ordenado realmente teve a ver com a revolta de Etereldo II, mas ao invés de se referir aos ataques dos dinamarqueses, sua revolta teria sido contra os noruegueses, os quais entre 997 e 1001 realizaram expedições vikings à Inglaterra, suspendendo-as após cobrança do danegeld (taxa danesa), um tributo de extorsão cobrado pelos nórdicos há várias décadas (FERNANDES, 2018; OLIVEIRA, 2018a).  E em retaliação, o rei decidiu se vingar, mandando matar os escandinavos que viviam em seu reino.

Mas e quanto ao Danelaw citado por Etereldo II e Canuto, na série, que lugar era esse? A série não explica isso, mas o termo Danelaw, Danelag, Daneleigh, foi usado no século XII para se referir aos domínios conquistados pelos nórdicos no século IX, após a invasão do Grande Exército Pagão (866-878). Neste caso, o Danelaw compreendeu quase metade do território inglês da época: no Norte, na antiga Nortúmbria formou-se o Reino de Jorvik, o mais próspero e com sede em Jorvik (atual York), uma próspera cidade mercante; ao centro surgiram os Cinco Burgos, territórios compartilhados por jarlar (senhores), e no Sul tivemos o Reino de Gutrum. (OLIVEIRA, 2018b).

O Danelaw originou-se das campanhas de conquista da invasão dano-norueguesa, algo mostrado na série Vikings, através da vingança dos filhos de Ragnar Lothbrok, durante as temporadas 4 e 5. Esse acontecimento também é melhor abordado na série The Last Kingdom (2015-2022), que apresenta maior atenção ao período de formação do Danelaw. Na história, Gutrum, o Velho e outros chefes, negociaram com o rei Alfredo, o Grande (849-899), termos de paz, em que se comprometiam em não invadir o reino de Wessex, em troca de Alfredo reconhecer o direito de posse aos territórios conquistados. Dessa forma surgiu o Danelaw que perdurou por mais de um século. (OLIVEIRA, 2018b).


Imagem 2: Mapa do Danelaw após 866.


Quando o Massacre do Dia de São Brice ocorreu em 1002, o Danelaw não existia mais como território, todas aquelas terras voltaram a pertencer ao reino inglês, no entanto, muitos escandinavos e seus descendentes viviam naquele território, afinal, foram mais de cem anos de ocupação. Fato esse que no seriado Etereldo II (Bosco Hogan) diz que embora os dinamarqueses fossem cristãos e vivessem a bastante tempo na Inglaterra, eles não eram ingleses, por isso, não seria problema mandar eliminá-los, pois para o monarca no seriado, eles eram estrangeiros, invasores.  

Olavo Haraldson e Haroldo Sigurdson

Esses são outros dois meios-irmãos que possuem destaque na trama da série. Eles são parecidos no quesito de serem ambiciosos e buscarem glória, embora que Olavo (Jóhannes Haukur Jóhannesson) seja retratado na série como sendo mais ardiloso e desleal, enquanto que Haroldo (Leo Suter) apresenta mais lealdade com os planos de Canuto, além de mostrar preocupação com os outros e não apenas consigo e o poder.

Ambos os irmãos são retratados como cristãos, sendo que Haroldo apresenta-se mais tolerante, enquanto Olavo disfarça sua intolerância e rigidez. Na série chega a ser dito que Olavo empreendeu perseguições a grupos de pagãos e ele até mesmo tentou barganhar com Canuto, a conversão de seu exército. Na História, Olavo devido a sua devoção e determinação em cristianizar o seu país, foi tornado santo no século XII, como São Olavo da Noruega.


Imagem 3: O autor Jóhannes Haukur Jóhannesson como jarl Olav e uma gravura do rei Olavo II da Noruega.


Entretanto, o ponto mais divergente entre ficção e história diz respeito a Olavo ainda não ser rei da Noruega. A série começa com ele sendo chamado de jarl Olavo, o qual inclusive ambiciona o governo norueguês, porém, em momento algum a narrativa informa quem de fato mandava na Noruega. O que fica subentendido é que Canuto era quem governava aquele país. Porém, isso também não é explicado de forma satisfatória, pois o personagem fictício de jarl Kåre (Asbjørn Krogh Nissen), um cristão fanático, comete massacres pela Noruega e até na Suécia, mas não sofre retaliação ou punição de nenhum governante daqueles reinos.  

Mas, historicamente Olavo e Haroldo realmente foram meios-irmãos, sendo filhos de Åsta Gudbrandsdatter (c. 975 – c. 1020). Ela casou-se com o jarl Haroldo da Grenlândia, que governava Vestfold na Noruega. Em 995, da união do casal, nasceu Olavo (995-1030).  Porém, naquele mesmo ano Haroldo foi assassinado numa armadilha. Viúva, Åsta voltou para a casa da família na Suécia, e posteriormente foi prometida a Sigurd, o Semeador, jarl de Ringerike, na Noruega. O casal teve cinco filhos, sobrevivendo as mulheres e tendo morrido os meninos. O quinto filho foi Haroldo (c. 1015-1066), que se tornou seu herdeiro. Os dois irmãos se tornaram reis da Noruega em períodos bem distantes, pois Olavo II governou entre 1015 e 1028, já Haroldo III reinou de 1046 a 1066. (HOLMAN, 2003).

A história do reinado de Olavo II da Noruega pode ser lida na Olafr Haraldson saga, já o reinado de Haroldo III da Noruega é narrado na Haralds saga Sigurdarsonar. Ambas as narrativas se encontram reunidas na coletânea de sagas de reis intitulada Heimskgringla, a qual aborda o reinado de vários monarcas noruegueses desde a lendária Dinastia dos Ynglingos até o rei Magno V, falecido em 1184. Não há tradução para o português dessas sagas, podendo serem lidas em inglês. Além disso o teor das sagas não é totalmente preciso.

Na série, os dois irmãos se desentendem por conta das suas escolhas em como apoiar a invasão da Inglaterra, todavia, historicamente isso nunca aconteceu. Olavo esteve preocupado em assegurar o trono norueguês, por sua vez, Haroldo conviveu poucos anos com o irmão mais velho. Haroldo somente se interessou pela Inglaterra trinta anos depois, quando como rei, decidiu empreender suas próprias campanhas de conquista na década de 1060, destacando-se a Batalha de Stamford Bridge (1066). (HOLMAN, 2003). Tal batalha serviu de inspiração para batalha da ponte de Londres retratada na série. Além disso, Jeb Stuart se valeu dessa condição para colocar Haroldo participando do ataque à Londres, mesmo que tenha significado alterar a periodicidade da participação dele, inserindo-o em outra época e contexto.

 



Imagem 4: O ator Leo Suter como Haraldo Sigurdson e uma pintura pré-rafaelita de Haroldo Hardrada (séc. XIX).


Além disso, na primeira temporada, é revelado que Olavo desobedece uma ordem de Canuto, ao decidir tomar para si o trono norueguês. Na História, ambos os monarcas não foram aliados como é retratado na série, mas eles foram inimigos. Quem governou a Noruega entre 1000 e 1014 foi Sueno Barba Bifurcada, o pai de Canuto. Mas com a morte dele, Olavo conseguiu ser proclamado rei da Noruega, após se livrar dos jarlar submissos a Sueno (HOWARD, 2003). Essa parte da história é apresentada de forma diferente na série, em que Olavo reúne vários jarlar para tomar Kattegat e assim poder se proclamar rei da Noruega.

É possível que na segunda temporada vejamos os conflitos entre Olavo e Sueno pelo controle da Noruega, em que efetivamente Olavo possa virar rei. Quanto ao futuro de Haroldo, esse na história exilou-se na Rússia de Kiev e no Império Bizantino por quase vinte anos, agindo como mercenário e capitão na Guarda Varega, a qual servia o imperador bizantino (HOLMAN, 2003). Diante disso, talvez seja possível que isso possa também ser retratado na série, lembrando que em Vikings, Ivar, o Sem-Ossos exilou-se na corte de Kiev do príncipe Oleg de Kiev. No entanto, o tempo de exílio de Haroldo, caso aconteça, seria diminuído drasticamente para efeitos de roteiro.

A conquista da Inglaterra por Sueno e Canuto (1014-1016)

A série Vikings Valhalla alterou a ordem de tais acontecimentos e aglutinou o tempo. No seriado é mostrado que um ano após o Massacre do Dia de São Brice, Canuto tinha reunido um exército e decidiu atacar Londres para matar o rei Etereldo II, que faleceu de velhice naquele período. Porém, na História isso demorou vários anos para ocorrer. O massacre aconteceu no ano de 1002, mas Etereldo II somente faleceu em 1016, e devido ao seu fracasso em combater o exército de Sueno, ele foi chamado de Etereldo, o Despreparado. (FERNANDES, 2018). Observa-se que Jeb Stuart condensou um período de 14 anos.

Não obstante, na série, o rei Canuto (Bradley Freegard) é retratado como um homem maduro, ambicioso, calculista e influente. Ele já era rei da Dinamarca e Noruega, além disso, ele é bastante sério e observador, sabendo ser benevolente com os aliados e severo com os inimigos. Por outro lado, seu principal opositor no lado inglês é o jovem príncipe Edmundo (Louis Davison), representado como imaturo, imprudente, inseguro, manipulado pela opinião de sua madrasta a rainha Emma (Laura Berlin) e o conselheiro Godwin (David Oakes). Nota-se aqui um artifício de enredo, em colocar um monarca experiente contra um monarca imaturo. Neste sentido, o roteiro conseguiu desenvolver bem essa oposição e conflito.


Imagem 5: O ator Bradley Freegard como Canuto, e uma gravura medieval do rei Canuto, o Grande.

A respeito da rainha Emma da Inglaterra, interpretada pela atriz alemã Laura Berlin, a personagem é apresentada como uma governante forte, que de início tenta proteger Londres e o reino, aconselhando o enteado imaturo. Mas após a conquista dos dinamarqueses, Emma não tarda em se aliar a Canuto. Ela é também apresentada envolvida com a política, participando de intrigas da corte. Algo que inclusive ameaçava sua vida e de seus três filhos. Historicamente isso realmente aconteceu, Emma tanto foi leal a Etereldo, quanto a Canuto. Além disso, em determinado momento da série, ela diz que era descendente de Rollo da Normandia (860-932), personagem importante na série Vikings. Por conta disso, tinha vínculo com os nórdicos. De fato, Emma foi uma das várias netas de Rollo. (BOLTON, 2017).


Imagem 6: A atriz Laura Berlin com a rainha Emma, e uma imagem medieval da rainha Emma e seus filhos.


Enquanto na série temos Canuto indo buscar vingança pelo massacre, na História, quem fez isso foi seu pai Sueno Barba Bifurcada (c. 965-1014), o qual passou vários anos enviando tropas à Inglaterra para enfraquecer as forças de Etereldo II, sendo que as a campanhas se intensificaram entre 1009 e 1012, contando com a própria presença do monarca na Inglaterra, acompanhado de seu jovem filho Canuto Sveinson (c. 995-1035), (HOWARD, 2003). Canuto era um adolescente na época, diferente do homem de quarenta anos que temos no seriado.

A campanha do ano de 1012 foi tão impactante que Etereldo II temendo ser assassinado, fugiu com sua família e alguns membros da corte, indo para a Normandia, terra natal de sua segunda esposa, a rainha Emma da Normandia (980-1052). Na série essa fuga não acontece, pois, o monarca já idoso e doente, opta em permanecer em Londres para defender sua capital. Entretanto, com a fuga de Etereldo II em 1013, naquele mesmo ano, Sueno foi coroado rei dos ingleses ao ser reconhecido por alguns earls (lordes). No entanto, Sueno faleceu em 1014 por causas indeterminadas (suspeita-se de possível assassinato), e com isso Etereldo II retornou com sua família para a Inglaterra reassumindo o trono. (HOWARD, 2003).

Nos dois anos seguintes a morte de Sueno Barba Bifurcada, o jovem Canuto reuniu forças e forjou alianças para conquistar o trono inglês. Na série isso foi totalmente alterado, mostrando a conquista de Londres como tendo sido a única iniciativa bélica de Canuto para tomar o controle do trono inglês. Mas na História, com a morte de Etereldo II, seu filho Edmundo II, Braço de Ferro (990-1016), o sucedeu, tendo combatido as forças dinamarquesas por alguns meses até ser derrotado pelo exército de Canuto e depois morreu de causas desconhecidas. Os filhos do jovem rei de 26 anos, foram enviados por Canuto para o exílio. (BOLTON, 2017). Na série Edmundo é retratado como não sendo casado e nem tendo filhos.


Imagem 7: O ator Louis Davison como príncipe Edmundo, e uma imagem medieval do rei Edmundo II.


Com a morte de Etereldo II e Edmundo II, Canuto negociou com os earls ser coroado rei da Inglaterra. Canuto com essa conquista, deu início ao Império do Mar do Norte (1016-1035), que compreendeu seus domínios na Inglaterra e Dinamarca, posteriormente acrescentando a Noruega e partes da Suécia. No seriado, esse império já está mais avançado do que foi na realidade. Além disso, para legitimar sua ascensão ao trono, Canuto também se casou com a rainha Emma, algo retratado na série.

Enquanto que na História o jovem Canuto conseguiu firmar sua autoridade através do casamento, presentes e ameaças, não tendo muitos problemas de início, no seriado a subida ao trono inglês é mais turbulenta, envolvendo intrigas políticas, traições por parte dos aliados de Canuto, a chegada inusitada de Sueno (Søren Pilmark) para ser regente do filho, que voltou a Dinamarca, e a presença da rainha Elgiva no complô de corte contra o marido.

Neste ponto, a trama da série alterou a condição de que Canuto somente foi coroado rei da Inglaterra dois anos depois da morte de seu pai, mas no seriado isso ocorre com ele ainda estando vivo. Porém, a maior mudança se encontra na personagem de Elgiva (Pollyana McIntosh) a qual foi reformulada para a trama da série. No caso, a personagem foi inspirada na rainha Elgiva de Northampton (c. 970-1044), a qual foi a primeira esposa do rei Canuto, tendo se casado com ele por volta de 1018, embora eles já vivessem juntos anteriormente. (BOLTON, 2017).

Na série, Elgiva ao saber do adultério do marido, dar atenção ao plano de Olavo Haraldson de conquistar a Noruega, assim, a rainha oferece ajuda a Olavo, enquanto parte à Inglaterra para tomar controle do reino, apresentando-se como regente do marido, dando início a uma intriga política. Historicamente Elgiva realmente pleiteou o trono inglês, mas não para si, mas para seus filhos Haroldo Knutson (?-1040) e Sueno Knutson (c. 1016-1035) (BOLTON, 2017).

Porém, esse interesse na política somente ocorreu após a morte de Canuto em 1035. No seriado, os príncipes Haroldo e Sueno aparecem brevemente e até são usados por Elgiva para barganhar com o seu sogro. Observa-se que o autor Jeb Stuart antecipou alguns acontecimentos históricos, além de alterá-los também, pois os príncipes somente passaram a serem alvo de intrigas políticas, muitos anos depois da morte do avô. Além disso, no seriado, eles aparecem mais velhos do que eram naquele período.

Um último ponto a ser comentado sobre esse processo da subida ao trono de Canuto da Dinamarca, diz respeito aos personagens Eadric Strona (Gavin Drea) e Godwin (David Oakes). Historicamente ambos existiram, sendo que Eadric Strona (?-1017) realmente foi earl da Mércia como mostrado no seriado, e foi assassinado a mando de Canuto, por se opor a ele. Quanto a Godwin (1001-1053), ele foi um importante e influente earl de Wessex e Kent, tendo sido um fiel servo durante o reinado de Canuto e de seus sucessores. (BOLTON, 2017). Na série isso é mostrado como Godwin busca ganhar a confiança do rei dinamarquês, mas também se destaca a condição de que o personagem é ardiloso, realizando vários acordos e falsas traições na corte inglesa, jogando de vários lados para poder manter sua posição de conselheiro e ganhar autoridade.

A história das guerras de Sueno e Canuto contra Etereldo e Edmundo podem ser conferidas em alguns manuscritos medievais como a Anglo-Saxon Chronicle (XII) de autoria desconhecida, a Historia Anglonum (XII) de Henry de Huntingdon, o Gesta Hammaburguensis Ecclesiae Pontificum (XII) de Adão de Bremen. Nenhuma das obras tem tradução para o português, mas podem ser lidas em inglês.

 

Fonte das imagens dos personagens:

Vikings: Valhalla Cast & Real Life Character Guide. Disponível em: https://screenrant.com/vikings-valhalla-show-cast-real-life-character-guide/.

 

Fonte impressa

Anglo-Saxon Chronicle. Translation by Rev. James Ingran. London: Everyman Press, 1912.

 

Referências

ALVES, Victor Hugo Sampaio. Dinamarca na Era Viking. In: LANGER, Johnni (org.). Dicionário de história e cultura da Era Viking. São Paulo: Hedra, 2018, p. 173-179. 

BOOK OF SAINTS, The. A day-by-day illustrated encyclopedia. Richmond, CA: Weldon Owen, 2011.

BOLTON, Timothy. Cnut the Great. New Haven/London: Yale University Press, 2017.

FERNANDES, José Lucas Cordeiro. Canuto II, o Grande. In: LANGER, Johnni (org.). Dicionário de história e cultura da Era Viking. São Paulo: Hedra, 2018, p. 143-145.

HOLMAN, Katherine. Historical Dictionary of the Vikings. Lanham: The Scarecrow Press, Inc, 2003.

HOWARD, Ian. Swein Forkbeard’s invasions and the Danish Conquest of England 991-1017. Woodbridge: The Boydell Press, 2003.

LOGAN, T. Donald. The vikings in the history. 2. ed. London/New York: Routledge, 1991.

MIRANDA, Pablo Gomes de. Noruega da Era Viking. In: LANGER, Johnni (org.). Dicionário de história e cultura da Era Viking. São Paulo: Hedra, 2018, p. 539-542.

OLIVEIRA, Ricardo Wagner Menezes de. Danegeld. In: LANGER, Johnni (org.). Dicionário de história e cultura da Era Viking. São Paulo: Hedra, 2018a, p. 168-170.

OLIVEIRA, Ricardo Wagner Menezes de. Danelaw. In: LANGER, Johnni (org.). Dicionário de história e cultura da Era Viking. São Paulo: Hedra, 2018b, p. 170-172.

  

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