Três membros do NEVE acabam de publicar artigos sobre Escandinávia Medieval no dossiê História Medieval: ensino e pesquisa, edição especial do periódico Embornal (ANPUH-Ceará).
O estudo Primeiros apontamentos sobre a diversidade nos cemitérios de Nordre Kaupang e Bikjholberget, de Munir Lutfe Ayoub (doutorando em arqueologia pelo MAE-USP/NEVE), traz considerações sobre novas investigações arqueológicas no sítio de Kaupang (Noruega) e como estas descobertas podem auxiliar no entendimento da diversidade espaço temporal da Religião Nórdica Antiga.
Outro artigo, Entre as linhas e sentidos: Estética literária e Imaginário de cristianização na Íslendingasögur e Biskupasögur, de André de Oliveira (doutorando em História pela UFMT/NEVE) e José Lucas Cordeiro Fernandes (Mestre em história pela UECE/NEVE), elaboram análises sobre como as sagas islandesas refletiram o processo de hibridização religiosa na Escandinávia Medieval.
O dossiê contou com a co-organização de José Lucas Cordeiro Fernandes, que também co-escreveu a apresentação do dossiê.
A seguir, apresentamos os resumos dos dois artigos.
Resumo: O presente artigo tem como objetivo essencial expor os estudos dos arqueólogos Frans-Arne Stylegar e Dagfinn Skre referentes aos cemitérios de Nordre Kaupang e Bikjholberget que auxilie uma maior compreensão das variações presentes na antiga religião nórdica. Estudos que apontam para uma coabitação de variações ritualísticas que passam a desconsiderar as hipóteses dessas variações pelos vértices espaçotemporais e passa a apontar para mais um vértice dessa variação como o decorrente do vértice social.
Resumo: O presente texto busca, mesmo que de forma breve e introdutória, elencar a relação entre a literatura e o processo de cristianização da Islândia, tendo por foco o período de sincretismo entre paganismo e Cristianismo, assim como a fase de consolidação da fé de Roma. (c. IX-XI e XII-XIV). Nesta premissa, usaremos dos subgêneros das sagas islandesas: As sagas de família (Íslendingasögur) e as sagas dos bispos (Bikupasögur), observando a dinâmica entre os dois tempos das fontes, a tessitura temporal da construção documental (séc. XII-XIV) e a tessitura temporal da narrativa(séc. IX-XI). Tal elemento nos permitirá debater como as fontes contêm sua visão do passado em torno de uma estética e de um imaginário específico, em que focaremos na relação do Cristianismo e seu processo de cristianização como força de delimitação. Usaremos de aporte teórico as bases da Nova História Cultural, cerceando por pilares metodológicos da Cultura Escrita e da Nova Escandinavística.
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