O grupo interinstitucional NEVE (NÚCLEO DE ESTUDOS VIKINGS E ESCANDINAVOS, criado em 2010) tem como principal objetivo o estudo e a divulgação da História e cultura da Escandinávia Medieval, em especial da Era Viking, por meio de reuniões, organização de eventos, publicações e divulgações em periódicos e internet. Parceiro internacional do Museet Ribes Vikinger (Dianamarca), Lofotr Viking Museum (Noruega), The Northern Women’s Art Collaborative (Universidade de Brown, EUA), Reception Research Group (Universidad de Alcalá) e no Brasil, da ABREM (Associação Brasileira de Estudos Medievais) e PPGCR-UFPB. Registrado no DGP-CNPQ. Contato: neveufpb@yahoo.com.br

terça-feira, 20 de junho de 2017

Morre Régis Boyer, o maior escandinavista da França

 
 
                                        Prof. Dr. Johnni langer (UFPB/NEVE)

Faleceu no dia 16 de junho corrente o maior nome da Escandinavística Medieval da França, o historiador Régis Boyer, com a idade de 84 anos.
 
Boyer foi responsável pela tradução de dezenas de sagas islandesas (além da Edda Poética) ao francês, além de autor de diversos livros, artigos e publicações especializadas no estudo da Escandinávia da Era Viking.

Foi o autor mais influente na Escandinavística brasileira produzida no início dos anos 2000. O periódico brasileiro Brathair publicou em 2004 um pequeno ensaio de sua autoria: Óðinn: Guia Iconográfico (traduzido por Luciana de Campos).
 
 A seguir segue uma pequena listagem de seus principais livros analíticos:
 
 
Uma das mais originais e importantes obras do historiador. Boyer não somente reconstitui diversos aspectos do imaginário sobre os vikings criados durante o Oitocentos, como analisa as suas transformações e ressignificações na literatura, arte e mídia.
 
 
Obra considerada por diversos escandinavistas como uma das melhores contribuições de Boyer, analisando o tema da magia no mundo nórdico da Era Viking.
 
 
Obra original (um dos poucos estudos sobre as deusas nórdicas) mas controversa, por incluir análises da perspectiva matriarcalista da arqueóloga Marija Ginbutas.
 
 
Um dos livros mais famosos de Régis Boyer. Um de seus primeiros estudos, ainda influenciado pelas teorias de Georges Dumézil, onde descortina a religião nórdica em uma perspectiva diacrônica e arqueológica.
 
 
Uma das poucas incursões do autor ao tema da cristianização da Escandinávia, onde elabora algumas análises extremamente interessantes.
 
 
Manual sobre a história, sociedade e cultura da Islândia na Era Viking.
 
 
O mais famosos e popular manual do autor sobre a Era Viking. Fabulosa sistematização de diversos aspectos da história e sociedade nórdica durante a Alta Idade Média.
 
 
Excelente dicionário iconográfico sobre mitologia nórdica.
 
 
Obra de popularização sobre o tema da arte nórdica da Era viking
 
 
Segue abaixo uma pequena síntese biográfica de régis Boyer extraída do site francês Toutelaculture.com:
 
Né le 25 juin 1932 à Reims, Régis Boyer est décédé le 16 juin à La Varenne Saint Hilaire. Cet amoureux de la littérature du Nord passa la majorité de son existence à déconstruire les mythes autour de l’ancien Scandinave et à partager sa passion pour les écrits du Nord. Au cours de ses études de lettres et de philosophie à Nancy, il fit la connaissance de Maurice Gravier, alors enseignant d’allemand et spécialiste de Luther. C’est à cette époque que, durant un cours d’initiation au scandinave, il tomba sous le charme des sagas islandaises. Cette passion ne le quittera jamais. Ce professeur émérite de langues et littératures scandinaves de la Sorbonne voyagea beaucoup et exerça, durant les années 1960, au poste de lecteur de français dans de nombreuses universités européennes (Lódz en Pologne, Reykjavik en Islande, Lund en Suède). Ces années de voyage l’amenèrent aussi à être directeur de la Maison de la France d’Uppsalla entre 1964 et 1970.Amoureux de la littérature du Nord, il participa à l’émergence des études nordiques en France. En 1978, Régis Boyer créa un enseignement d’études scandinaves à la Sorbonne, en fut le directeur et dirigea les travaux de thèse de nombreux spécialistes. Parfois remise en cause par les travaux de recherche actuels, son œuvre intellectuelle reste, néanmoins, l’une des principales porte d’entrée vers la culture nordique pour les passionnés. Son impressionnante bibliographie compte plusieurs dizaines d’ouvrages dont des travaux d’historiens, des traductions de sagas, de contes ou de pièces de théâtre d’auteurs majeurs tel Henrik Ibsen ou August Strindberg. Sans aucun doute, ses traductions de sagas, éditées au milieu des années 1980 puis rééditées à de nombreuses reprises dans la collection de La Pléiade, représentent un tournant pour la reconnaissance et le développement de la littérature nordique en France. De moins en moins présent lors des rencontres scientifiques, il s’est finalement éteint à l’aube de son 85ème anniversaire.