Batalha de Stamford Bridge, Nicolai Peter Arbo, 1870.
Guerra e Poder na Escandinávia medieval:
Os reis guerreiros da Era Viking.
Fábio Baldez Silva
Mestrando em História
– UFRRJ, membro do NEVE
Introdução:
Guerra e monarquia constituíam elementos inseparáveis na
Escandinávia medieval no período histórico da Era Viking (Séculos VIII a XI). A
Era Viking é assim chamada, por se tratar do momento da História dos povos
escandinavos em que os mesmos empreenderam seus maiores movimentos de expansão
pela Europa quase como um todo e até mesmo para outras partes do mundo em maior
ou menor grau.
O termo Viking tem por significado mais
aproximado a palavra “pirata”, pois mais designava uma ocupação, e não uma
etnia, ao contrário do que muito se pensa erroneamente (MUCENIECKS, 2010).
Portanto, quando se fala em Era Viking, devemos ter em mente o período de maior
expansão dos nórdicos na Idade Média relacionada majoritariamente aos atos de
pilhagem, saques e pirataria, que tanto era praticada por homens comuns como
por aristocratas e reis escandinavos, se constituindo assim uma característica
cultural destes povos, ou seja, uma cultura guerreira que permeava toda essa
sociedade em praticamente todos os seus diversos aspectos, e era marcante
sobretudo também na constituição do poder monárquico dos povos nórdicos neste
período.
Tomando como exemplo reis noruegueses da
Era Viking, este trabalho tem como objetivo fazer uma breve discussão sobre a
relação entre guerra e poder muito presente nos relatos sobre os reis
noruegueses contidos no Heimskringla,
uma das principais fontes escritas relativas aos mesmos no período Viking, e
também à luz de referenciais teóricos que nos permitam melhor compreender as
questões relacionadas à guerra e poder, e as relações que desses elementos
podemos traçar através de estudos de casos dos reis da Noruega no referido
recorte temporal.
Guerra, cultura e poder: Elementos
possibilitadores de uma análise:
Para podermos tecer uma melhor análise sobre as ações dos
reis guerreiros na Era Viking, utilizaremos como suporte teórico a ideia da
guerra como elemento cultural, e análises sobre a natureza do poder e de
elementos simbólicos do mesmo. Assim, neste suporte teórico de que nos
valeremos estão presentes autores e análises como a da natureza cultural da
guerra, como apresentada pelo historiador militar John Keegan, o conceito de
liderança carismática de Max Weber, a ideia de poder simbólico como apresentada
por Pierre Bourdier, e dentro ainda das análises relativas à noção de poder, e
assim e assim também relacionando-se aos estudos de Weber e Bourdier, trabalharemos
também com a ideia de imaginação social apresentada por Bronislaw Baczko, de
forma assim a nos possibilitar um melhor estudo das relações entre guerra e
poder.
John Keegan apresenta uma perspectiva
sobre a natureza da guerra diferente da historiografia militar tradicional, em
que costuma-se associar a guerra predominantemente a uma natureza política, uma
perspectiva muito presente no pensamento do historiador militar iluminista
Clausewitz. Assim, Keegan faz uma crítica a esta perspectiva em seu trabalho Uma História da guerra (KEEGAN, 2006),
apresentando assim uma nova sobre a natureza da guerra e dos feitos guerreiros,
onde não apenas os fatores políticos estão relacionados a tais ações, mas
principalmente os fatores culturais se encontram no modo em que cada povo
entende a guerra e a pratica. Partindo então desta ideia defendida por Keegan,
podemos então analisar o que a guerra representava para os escandinavos e seus
monarcas na Era Viking no contexto cultural em que estavam inseridos.
Assim, segundo a ideia proposta por John
Keegan em oposição a historiadores militares tradicionais como Clausewitz, a
guerra não se trata apenas de uma continuação da política por outros meios,
pois a mesma precede ao surgimento dos Estados e das relações interestatais, e
mesmo após o surgimento das organizações políticas mais complexas, continua
sendo ditada por elementos culturais peculiares. Dessa forma, a conclusão de
Keegan é a de que cada povo e seu contexto cultural e temporal possui um ethos
guerreiro próprio, uma ética própria ditada por sua cultura no tocante a se
fazer guerra, podendo também sofrer modificações ou incorporações em sua ética
guerreira de outros povos. Dessa forma, guerra e política nem sempre serão
elementos que se misturarão em seu Modus
operandi, pois constituem-se em esferas autônomas e nem em todos os casos
convergentes dentro das atividades humanas, porém guerra e cultura no campo de
batalha se tornam elementos inseparáveis (KEEGAN, 2006, pp. 18-21).
Max Weber teoriza que um Estado, e assim
sendo os que detêm o poder dentro do mesmo, utilizam-se do monopólio do uso da
força física para se legitimarem. Assim, dentro de um sistema estatal aqueles
que possuem posição de liderança valem-se de determinadas prerrogativas que
tornem a sua dominação sobre outros indivíduos legítima, e dentre as
prerrogativas apresentadas por Weber para o domínio destes indivíduos está a do
conceito de dominação carismática. Desta forma, segundo Weber, a dominação
carismática se caracteriza como uma forma de liderança que se legitima através
do poder pessoal de um líder pelo mecanismo de autoridade denominado pelo autor
como “dom da graça”.
O dom da graça apresentado por Weber
consistiria num tipo de carisma pessoal que faria com que um líder fosse
admirado por seus aliados, dessa forma legitimando seu domínio. Este carisma
poderia ser adquirido pelo líder através do heroísmo que poderia assim ser
conquistado por atos guerreiros, distribuição de espólios em troca de alianças
e apoio de uma aristocracia por exemplo, consolidando assim e reforçando uma
relação de domínio sobre os setores mais subalternos de uma determinada
sociedade (WEBER, 1982, pp. 98-99). Através também deste viés teórico
apresentado por Max Weber, podemos encaixar perfeitamente o conceito de
dominação carismática ao caso dos reis nórdicos da Era Viking, pois baseavam
seu poder dentro de uma prerrogativa de líderes guerreiros baseados por
exemplo, em uma fonte de carisma originada dentro de prerrogativas que poderiam
ser de origem ancestral, religiosa ou mítica, fontes das quais Weber afirma em
seu conceito, que podem fazer a legitimação
da dominação de um líder assim chamado carismático (WEBER, 2004, pp.
323-324).
Na concepção de Bourdier (BOURDIER, 1989),
tomando como base ideias desenvolvidas por teóricos como Marx e Durkheim, o
mito, a língua, a arte, a ciência e outros instrumentos de conhecimento
constituem universos simbólicos. Estes universos simbólicos e suas produções
também simbólicas relacionam-se e acabam tornando-se instrumentos de dominação
pela classe dominante e servem assim aos seus interesses. Assim, as ideologias
acabam servindo a interesses particulares sob uma capa de estarem servindo a
interesses universais, coletivos e comuns, produzindo assim uma cultura dominante,
esta cultura dominante então serve de meio de distinção em relação a cultura
das classes dominadas e objetiva ao mesmo tempo suplantá-la.
Assim, a classe dominante se utiliza dos
meios de produção simbólica para de forma implícita impor a sua cultura de
dominação visando através de uma violência simbólica “domesticar” as classes e
frações de classe dominadas com o objetivo de produzir um consenso em torno de
suas ideias, e esta dominação acaba ocorrendo muitas vezes de forma
despercebida. A produção simbólica como instrumento das classes dominantes
então é levada a efeito por especialistas como ideólogos religiosos e das
produções artísticas que através de seus dogmas ou arte, trazem os elementos de
dominação e coesão social pretendidos pela classe dominante a que servem.
Bronislaw Baczcko, em uma perspectiva que
muito dialoga com autores como Marx, Weber e Bourdier, trabalha com a ideia de
Imaginação social (BACZCKO, 1989). Esta imaginação em muito é um resultado de
representações que uma sociedade tem ou constrói de si mesma, suas próprias
“mitologias” na linguagem do autor, que podem ser utilizadas pelos poderes
dominantes para impor sua vontade baseada na imaginação que criam sobre si
mesmos, e de como deve ser a sociedade de acordo com seus objetivos. Segundo
Baczcko, uma mudança de poder, por exemplo, através de lutas como guerras e
revoluções produzirá uma imaginação social própria dos grupos participantes, e
aquele grupo que chegar ao poder a irá impor, por exemplo, aos dominados ou derrotados
como sendo um ideal, assim a dominação carismática, as ideologias desenvolvidas
dentro das sociedades e o poder simbólico se encontram dentro do universo do
imaginário social.
Assim, tanto a ideia do poder simbólico
quanto a perspectiva do imaginário social, são também de grande utilidade para
a compreensão das lideranças monárquicas da Escandinávia medieval, pois como
algo comum aos líderes carismáticos, exerciam seu poder através de produções
simbólicas construídas através de mitos ou poesias épicas que reforçavam sua
legitimidade como lideranças constituídas dentro de um código cultural
peculiar, que se insere dessa forma também num imaginário social. Mais adiante
veremos como podem ser traçadas de uma forma exemplificada as relações deste
campo teórico aqui exposto com nosso objeto de estudo, ou seja, os reis
guerreiros da Era Viking.
A cultura guerreira nórdica e os reis
escandinavos da Era Viking:
Partindo do princípio de que a guerra
obedece aos parâmetros culturais de cada povo que a pratica, cabe-nos agora
discorrer sobre a cultura guerreira que permeava a sociedade escandinava
medieval e exemplificar de que forma a mesma era praticada pelos reis
noruegueses na Era Viking. A cultura guerreira era algo que permeava
praticamente todos os aspectos da cultura dos escandinavos no período histórico
ao qual estamos tratando, e os ideais de coragem e bravura eram ensinados e
transmitidos de geração a geração, as próprias representações de seus deuses e
heróis atestava para tal fato, pois traziam em suas narrativas, por exemplo, virtudes
de coragem em campo de batalha, pois para os nórdicos deste período a guerra
era um meio de obtenção tanto de meios
de sobrevivência quanto de conquista de poder e prestígio, tanto quanto a
manutenção de tais status, Assim, as virtudes guerreiras e heroicas constituíam
valores morais em vários aspectos de sua sociedade. Desta forma, como o povo
nórdico do período histórico ao qual estamos trabalhando estava imerso em uma
cultura violenta, as representações e histórias relacionadas a deuses e heróis
envolvidos em guerras eram passadas aos nórdicos desde sua tenra juventude, o
que formava assim uma idealização da vida na guerra (PALAMIN, 2013).
Batalha de Stiklestad, Nicolai peter Arbo, 1860.
A guerra também era crucial na
constituição do poder monárquico para os povos nórdicos. A ideologia que
permeava a monarquia escandinava na Era Viking também se conectava com a
religião, os mitos, e o papel da guerra na ascensão do poder dos reis, pois
haviam alianças construídas entre os reis e a aristocracia que possuíam um
forte caráter militar, pois a guerra e a obtenção de saques era de grande
importância para se obter recursos nesta sociedade, bem como a distribuição de
produtos dentro da mesma e a generosidade conforme o rei os distribuía
entre a aristocracia constituía um elemento chave na manutenção das alianças
dentro das quais os reis distribuíam riquezas e bens, e desta forma seus
aliados tinham por obrigação em troca fornecer homens para a guerra
(STEINSLAND, 2011, pp. 4-8).
A transmissão dos valores guerreiros de
coragem e bravura dentro da sociedade nórdica se dava principalmente através
dos poetas de corte, os chamados Skalds
(LANGER 2009, pp. 189-190). Os mesmos eram responsáveis por narrar também os
feitos guerreiros dos reis e transmiti-los à posteridade, e é de sua tradição
que temos grande parte dos relatos a respeito dos reis noruegueses que são
nosso foco no presente trabalho. Assim, através dos relatos orais foi possível
já no século XIII, num período posterior à Era Viking, após já ter sido adotada
a tradição escrita na Escandinávia, a produção das sagas ou crônicas sobre
famílias e reis das quais a nossa fonte primária é o Heimskringla. Portanto esta é
a saga escrita que trata da história dos reis da Noruega que nos ajudará a
exemplificar a seguir os atos guerreiros dos mesmos e seu prestígio militar
necessário na busca pela obtenção ou manutenção do poder.
Destacaremos aqui alguns exemplos trazidos
pelo Heimskringla de atos guerreiros
e prestígio militar conseguidos por reis Noruegueses da Era Viking, como o
objetivo de tentar mostrar à luz de nosso campo teórico como se dava a relação
entre guerra e poder monárquico na Escandinávia medieval. O rei Harald
Harfager, responsável pela unificação da Noruega sob um único reinado, no caso
o seu próprio, tem uma Saga dedicada a seus feitos dentro de nossa fonte
primária, e o capítulo do qual retiramos o trecho a seguir narra como foi a
batalha de Hafrsfjord, a última batalha contra reis inimigos para a
concretização do objetivo de unificar toda a Noruega sob seu governo, pois até
então era dividida em vários pequenos reinos e territórios sob o poder desses
reis:
Tidings came from the South that the people of
Horthland and Rogaland, of Agthir and Thelamork gathered an army and planned a
rebellion. They had ships, weapons, and a great host. The originators of this
uprising were Eírik, the king of Horthaland, Súlki, the king of Rogaland, and
his brother, Earl Sóti; also, Kjotvi the wealthy, king of Aghtir, and his son Thórir
Haklang; and from Thelamork the two brothers, Hróald Hrygg, and Hadd the Hard.
As soon as
king Harald became aware of these tidings he collected an army, launched his
ships, and outfitted his troops, then sailed south along the land with many
troops from every district. When he had rounded the promontory of Stath, King
Eírik, who had by that time gathered all the troops he could expect to get,
learned of that and proceeded south to
join the force he knew would arrive from the east. So, the entire fleet (of the
enemies of Harald) met north of Jathar and put into the Hafrsfjord. There, King
Harald and his fleet lay anchored.
At once
began a great battle which was both violent and long lasting. But finally King
Harald was victorious.[i]
(HEIMSKRINGLA, 2011, pp. 73-74)
After this
battle, no further resistance was made to King Harald in Norway. All of his
greatest antagonists had fallen, though some had fled the country[ii]. (HEIMSKRINGLA,
2011, p. 76)
Pouco antes de sua morte,
Harald Harfager aponta seu filho Eric, o Machado sangrento como seu sucessor, e
após Harald morrer, mesmo com a indicação do pai, Eric acaba enfrentando alguns
de seus irmãos em batalha para poder deter sozinho o domínio sobre o território
deixado por Harald:
During the year following the death of King Harald, king Eirík collected
all the revenues owing to the King in the western districts, Ólaf did the same
in Vík, and Sigröth, their brother, those in the Trondheim district. Eirík was
mightily displeased with this, and it was rumored that he would try with force
regain from his brothers the sole dominion over all the land which his father
had given him. (…)
The same
spring Eirík summoned a great force and a fleet and steered east to Vík. (…)
And when he arrived at Túnsberg, Ólaf and Sigröth with their forces issued
forth and drew up their troops in battle array on the hills east of the town.
Eirík had a greatly superior force and was victorious. Both Ólaf and Sigröth
fell there, and the burial mound of both of them is on the hill where they
fell.
Thereupon
Eirík proceeded about the Vík district, bringing it onto his power, and
remained there a long time during the summer. (…)
Eirík was a
large and handsome man, strong and of great prowess, a great and victorious
warrior, violent of disposition, cruel, gruff, and taciturn.[iii] (HEIMSKRINGLA,
2011, p. 95)
Os exemplos retirados da Saga de Harald
Harfager contendo relatos da conquista de seu reinado e do início do reinado de
seu filho Eric no Heimskringla, nos
possibilitam traçar as relações pretendidas com nosso campo teórico no concernente
à cultura guerreira dos reis noruegueses da Era Viking e de suas relações de
poder.
Ao observarmos a forma como tanto Harald
quanto Eric derrotam seus inimigos, no caso de Eric seus próprios irmãos, vemos
traços de uma cultura na qual se conquistar ou reconquistar territórios através
da guerra e assim obter ou assegurar um reinado através da mesma legitima a
posição de um rei nórdico como líder, assegurando-lhe automaticamente um
carisma frente a seus seguidores, notando-se o fato de conseguirem juntar um
grande número de tropas para sua causa, obviamente também sendo a fonte desse
carisma a distribuição de despojos de guerra e a garantia de posições
importantes também aos aliados após a vitória. Podemos notar também a produção
simbólica em torno destes reis através da própria tradição oral e no caso das
Sagas posteriormente escritas, onde podemos notar os elogios às qualidades do
rei Eric, por exemplo, apresentado na Saga como um homem de bons adjetivos e
descrito como “um grande e vitorioso guerreiro”, onde percebemos assim a forma
como esses reis emanavam um grande poder simbólico. Assim, tanto o carisma,
quanto o poder simbólico, e a cultura guerreira que dita as regras de liderança
na monarquia norueguesa da Era Viking, constroem assim a representação do ideal
de rei na sociedade escandinava medieval deste período histórico,
constituindo-se assim todos estes elementos como parte de sua imaginação
social.
FONTE:
SURLURSON, Snorri. The Saga of Harald Fairhair. in:
Heimskringla, History of the kings of Norway. Tradução
ao inglês por Lee M. Hollander. Austin: University of Texas Press, 2011.
BIBLIOGRAFIA:
- BACZCKO,
B. “Imaginação social” in: Enciclopédia
Einaudi. Antropos-homem. Lisboa: Imprensa Nacional, Casa da moeda, Vol. 5,
1989.
- BOURDIEU,
Pierre. O poder simbólico. Lisboa:
Difel, 1989.
- KEEGAN, John. Uma História da Guerra. São
Paulo, Companhia das letras, 2006.
- LANGER, Johnni. Deuses, monstros, heróis:
ensaios de mitologia e religião viking. Brasília: Editora Universidade de
Brasília, 2009.
- MUCENIECKS, André Szczawlinska. Notas sobre o
termo viking: usos, abusos, etnia e profissão. Revista Alethéia de estudos
sobre antiguidade e medievo – Volume 2/2, Agosto a Dezembro de 2010.
- PALAMIN, Flávio Guadagnucci. O Ideal De Coragem
Do Guerreiro Viking Representado Nos Heróis Sigmund E Sinfjolth. Disponível
em: < http://www.cih.uem.br/anais/2013/trabalhos/501_trabalho.pdf> Acesso em: 16 de novembro de 2014.
- STEINSLAND, Gro. Ideology
and power in the Viking and middle ages Scandinavia, Iceland, Ireland, Orkney
and the Faeroes. In: STEINSLAND,
Gro. SIGURDSSON Jón V. REKDAL, Jan E. e BEUERMANN, Ian. (Orgs.). Ideology
and power in the Viking and middle ages. Boston: Brill, 2011.
- WEBER, Max. Ensaios de sociologia. Rio de
Janeiro: Ltc editora, 1982.
- ____________. Economia e sociedade: fundamentos
da sociologia compreensiva. São Paulo: Unb editora, 2004, Vol. 2.
NOTAS
[i][i] Vieram notícias do Sul de que o povo de
Horthland e Rogaland, de Agthir e Thelamork reuniu um exército e planejou uma
rebelião. Eles tinham navios, armas, e um grande exército. Os originadores
deste levante foram Eirik, o rei de Horthaland, Sulki, o rei de Rogaland, e seu
irmão, Earl Soti; Também, Kjotvi o rico, rei de Aghtir, e seu filho Thórir
Haklang; e de Thelamork os dois irmãos, Hróald Hrygg e Hadd o duro.
Assim que o rei Harald soube destas
notícias ele reuniu um exército, lançou seus navios, e equipou suas tropas, em
seguida, navegou para o sul ao longo da terra com muitas tropas de todos os
distritos. Quando ele tinha cercado o promontório de Stath, o Rei Eirik, que tinha
nesse momento reunido todas as tropas que ele poderia ter esperado juntar,
soube disso e prosseguiu para o sul para se juntar à força que ele sabia que
iria chegar a partir do leste. Assim, toda a frota (dos inimigos de Harald) se
encontrou ao norte de Jathar e se colocaram em Hafrsfjord. Lá, o rei Harald e
sua frota jazia ancorada.
No mesmo instante começou uma grande
batalha, que foi ao mesmo tempo violenta e longa. Mas, finalmente, o Rei Harald
foi vitorioso. (Tradução nossa)
[ii]
Após esta batalha, nenhuma resistência foi mais feita ao rei Harald na Noruega.
Todos os seus maiores antagonistas haviam caído, embora alguns tenham fugido do
país. (Tradução independente)
[iii]
Durante o ano seguinte à morte do rei Harald, O rei Eirik coletou todas as
receitas devidas ao Rei nos distritos ocidentais, OLAF fez o mesmo em Vík, e
Sigröth, seu irmão, as do distrito de Trondheim. Eirik desagradou-se disto, e
havia rumores de que ele iria tentar pela força recuperar de seus irmãos o
domínio único sobre toda a terra que seu pai lhe dera. (...)
Na mesma primavera Eirik convocou uma grande
força e uma frota e se dirigiu a leste para Vík. (...) E quando ele chegou a Túnsberg,
OLAF e Sigröth com suas forças preparadas colocaram suas tropas em ordem de
batalha nos montes ao leste da cidade. Eirik tinha uma força muito superior e
foi vitorioso. Ambos OLAF e Sigröth lá caíram, e o túmulo de ambos está na
colina onde eles caíram.
Então Eirik foi para o distrito de Vík,
trazendo-o a seu poder, e lá permaneceu um longo tempo durante o verão. (...)
Eirik era um homem grande e bonito, forte
e de grande destreza, um grande e vitorioso guerreiro, violento de disposição,
cruel, rude e taciturno. (Tradução independente)
Batalha de Svolder, Angus McBride (séc. XX)