A mais nova produção do diretor
Robert Eggers, O Homem do Norte (Northman) traz uma clássica narrativa de
tragédia e vingança, baseada na história do príncipe Amleth, que teve seu pai
traído e morto pelo tio, e ele foi sentenciado a morte. Porém, Amleth escapa e
anos depois retorna para se vingar e recuperar seu reino. Esse enredo ficou
bastante conhecido através da adaptação feita por William Shakespeare em sua
peça Hamlet (1603). No entanto, a versão cinematográfica consiste numa
colaboração de Robert Eggers e o escritor islandês Sjón (Sigurjón Birgir
Sigurðsson).
Entretanto, em meio a diversidade
de elementos da cultura material e imaterial apresentados no filme, destacam-se
os ritos religiosos e algumas crenças religiosas e mitológicas. No entanto,
alguns animais se revelam presentes na trama, alguns com maior destaque do que
os outros. Porém, a presença desses animais possui um significado simbólico
para o filme, revelando camadas ocultas de interpretação, as quais somente são
perceptíveis para espectadores mais familiarizados com questões religiosas,
mitológicas e culturais dos povos nórdicos da Era Viking (sécs. VIII-XI).
Dessa forma, o presente texto
traz alguns comentários sobre o simbolismo dos animais que apareceram no filme,
os quais representam ideias e conceitos que complementam a narrativa ou
representam crenças e hábitos daquela época.
O corvo
O primeiro animal que recebe
destaque no filme são os corvos, aves de rapina conhecida por sua coloração
preta e associados a lendas e mitos no Hemisfério Norte, em alguns casos, os
retratando-os como aves de mau agouro. No entanto, na cultura nórdica da Era
Viking, os corvos não necessariamente tinham uma conotação ruim, mas eram aves
associadas com a guerra, pois devido a terem hábitos carniceiros, não era
incomum num campo de batalha, cheio de cadáveres recentes, avistar alguns
corvos ali. (JENNBERT, 2009).
Por outro lado, corvos também são
animais observadores, inteligentes e até conseguem repetir algumas palavras. No
caso da mitologia nórdica, os corvos mais famosos eram Hugin e Munin, ambos
pertenciam a Odin, sendo usados pelo deus para espionar o mundo, coletando
informações diversas e depois eles iam relata-las ao Pai de Todos. Neste
aspecto, Hugin e Munin não invocam simbolismos ruins ou marciais, mas estão
associados a inteligência, ainda mais, considerando que seus nomes significam
Pensamento (Hugin) e Memória (Munin). (LINDOW, 2001).
Imagem 1: Corvos
rodeiam Amleth.
No entanto, os corvos também
possuíam um simbolismo marcial, algo que advém sobretudo de dois aspectos: o
primeiro, era sua associação com os campos de batalha, atuando como carniceiros,
o segundo, era o fato de Odin, uma divindade associada com a guerra e os
guerreiros, possuir dois corvos de estimação. O próprio deus também era
conhecido pelo epíteto de Hrafnaguð (deus-corvo).
O filme se inicia com dois corvos
sobrevoando o mar, o que pode ser uma alusão a Hugin e Munin. Além disso, o personagem
do rei Aurvandil (Ethan Hawke) é conhecido pelo epíteto de Corvo de Guerra
(War-Raven), algo que claramente evoca o simbolismo da marcialidade. E em
distintos momentos da trama, o protagonista Amleth (Alexander Skarsgård) avista
corvos e ele considera que tais aves seriam presságios de seu pai, o qual
vigiava por ele.
Mas também poderia ser um sinal
de Odin, pois Hugin e Munin costumavam observar a humanidade, e algumas
narrativas contam que Odin intervia para ajudar alguns guerreiros estimados. E
como a trama embasa-se na questão da vingança e do destino, é algo que faz
sentido, considerando que Amleth ao aceitar seu destino, esperava se mostrar
digno de ir para Valhalla, o salão de Odin. Por conta disso, os corvos o
observando era sinal de que o deus dos guerreiros o avaliava. Inclusive há uma
cena importante no filme, em que sugere claramente que o deus poderia ter
auxiliado o personagem para dar continuidade ao seu destino.
O lobo
Outro animal marcante na trama
são os lobos. Embora esses canídeos não apareçam propriamente, mas são
retratados simbolicamente através dos gestos dos guerreiros, os quais andam de
quatro, uivam e rosnam, e alguns deles usam peles de lobo.
Na cultura nórdica o lobo era um
animal que possuía um simbolismo ambíguo, pois poderia representar algo bom ou
ruim. Na mitologia isso é perceptível nas figuras de Fenrir, Skoll e Hati, em
que esses três lobos durante o mito do Ragnarök, matam alguns deuses e
contribuem para o caos no mundo. Neste aspecto, esses lobos simbolizam ameaça,
violência, punição, sofrimento e destruição. (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2017).
Por sua vez, nos mitos também se
informa que Odin possuía dois lobos de estimação, chamados de Geri e Freki, os
quais se comportam mais como cães do que lobos. No entanto, esses dois animais
não possuem expressividade na mitologia escandinava, mas a condição de serem
bichos de estimação de um deus ligado a guerra, reforça sua conexão com a
mesma.
No campo sociocultural, os lobos
simbolizam força, bravura e ferocidade, atributos evocados e desejados pelos
guerreiros, condição essa que alguns guerreiros utilizavam mantos de pele de
lobo, sendo chamados de ulfhdinn (ulfheðnar no plural), os quais invocariam
através de ritos o espírito guerreiro do lobo. Na Volsunga saga (Saga dos
Volsungos) temos o caso do rei Sigmund e seu filho Sinflioti, os quais usam
capas de pele de lobo para atacar inimigos numa floresta, massacrando-os. (SIMEK,
2007a).
E essa ideia é retratada no Homem
do Norte, no segundo ato do filme, quando Amleth e seus companheiros de armas,
participam de um rito marcial noturno, usando capas feitas de pele de lobo, e
eles rosnam e uivam. E no dia seguinte, quando ocorre o ataque à uma vila eslava,
eles lutam com selvageria.
Imagem 2: Amleth como um ulfheðinn.
Algumas narrativas citam ulfheðnar
e berserkir participando de ritos marciais para entrar em transe e serem
possuídos por um furor animal. Mas não há descrições de como isso seria feito,
em que contexto eram executados, e quem poderia participar, além de que não é
possível precisar a historicidade de tais ritos.
No entanto, é perceptível que o
lobo no contexto do filme invoca também um simbolismo ambíguo, pois além de
representar valores marciais, ele também representa a violência desmedida, algo
apresentando no ataque à vila na terra dos Ru’s.
O urso
O urso é outro animal totêmico
associado com a guerra, mas diferente do corvo e do lobo, ele não aparece no
filme de forma clara. Embora possa se sugerir que alguns guerreiros do grupo
que Amleth fazia parte, usariam peles de urso, e assim, seriam berserkir,
entretanto, o maior destaque para o urso se encontra no epíteto do próprio
protagonista, o qual é algumas vezes referido como Björnulfr (Urso-Lobo).
Neste nome observa-se a
combinação das características do urso e do lobo. No caso da mitologia
escandinava, ursos praticamente não aparecem nos mitos, não sendo animais
expressivos como o lobo. Já nas sagas, citam ursos como animais a serem caçados
ou se reportam a eles quando citam os berserkir, guerreiros que faziam uso de
peles de urso, os quais entravam num frenesi selvagem. A Ynglinga saga (Saga
dos Ynglingos) sugere que Odin concederia esse estado alterado a tais
guerreiros. (DUBOIS, 2012).
A ideia dos berserkir é similar
aos do ulfheðnar, em que nos dois casos os guerreiros através de ritos,
incorporavam o furor marcial desses animais, entrando num estado de brutalidade
desmedida. (OLIVEIRA; SILVA, 2020).
As próprias sagas como Egil saga
(Saga de Egil) chega a relatar que os berserkir podiam se descontrolar quando
estivessem em estado de berserkgangr. (OLIVEIRA; SILVA, 2020). Uma ideia do
tipo é vista no ataque à vila dos Ru’s, em que determinado momento Amleth
golpeia um guerreiro, derrubando no chão e depois morde sua garganta como se
fosse um animal. Nesse aspecto, o urso no contexto do filme também representa
valores marciais como força, bravura e ferocidade, mas também a violência
selvagem.
O cão
O cachorro foi um dos animais
domésticos mais comuns na Escandinávia, desde a Antiguidade, sendo usado para a
caça, a proteção e a companhia. No entanto, os nórdicos usavam cachorros também
em ritos funerários, sacrificando-os. (JENNBERT, 2009).
No caso do filme, os cães se
destacam em dois momentos na trama. O primeiro ocorre quando Amleth e seu pai
participam de um rito iniciático conduzido por Heimr (Willem Dafoe). O ritual
ocorre numa caverna abaixo de um templo, tendo um aspecto sujo e sinistro, pois
rei e príncipe estão seminus, eles uivam e rosnam. Durante o processo, Heimr
pergunta se o jovem Amleth (Oscar Novak) era um cachorro ou lobo?
A pergunta é interessante, pois
remete a questão simbólica. Lobos representam o canídeo selvagem, mas o
cachorro é o canídeo domesticado. O cão para os antigos nórdicos era animal que
simbolizava guarda e lealdade, características compartilhadas com outros povos
também. (JENNBERT, 2009). No entanto, a pergunta do feiticeiro remete a
condição de que no contexto do filme, o cachorro representa lealdade e
submissão.
Imagem 4: Aurvandil e
Amleth durante um rito iniciático.
Isso fica mais claro quando
conectamos a pergunta a fala da rainha Gudrun (Nicole Kidman), que
anteriormente pergunta ao filho se ele seria um chefe como o pai ou um
filhotinho, aqui a palavra filhotinho remontaria a ideia de ser um cachorrinho,
de ser alguém submisso, mas um rei não deve ser submisso.
Em outro momento no filme, quando
Amleth já inicia sua vingança, cogumelos são usados para intoxicar a comida dos
guardas e cães da fazenda do tio dele, o usurpador Fjölnir (Claes Bang).
Durante à noite, homens e animais devido aos efeitos alucinógenos causados
pelos cogumelos, entram em desespero e ficam agressivos. Os guardas ficam
desorientados, mas os cães se rebelam contra seus donos.
O acontecimento simbolicamente
serve para quebrar a ideia dos cachorros como animais leais e protetores,
retratando-os como ameaças. E isso combina com a proposta do enredo, já que ele
aborda traição e vingança. Sendo assim, Amleth coloca cães e mestres, um contra
o outro.
O cavalo
Cavalos aparecem em distintos
momentos. No entanto, para além de serem meios de transporte e tração, na
cultura escandinava da Alta Idade Média, cavalos eram animais associados a
questões sociais e religiosas. Em determinadas épocas os cavalos estavam entre
os animais associados com a elite, assim como, os falcões, águias e cães de
caça. Logo, ter muitos cavalos era sinal de status. (SIMEK, 2007b).
Por outro lado, os equinos também
era animais usados em sacrifícios. A prática de sacrificar cavalos e até de
consumir sua carne, foi algo comum na Escandinávia da Era Viking e antes desse
período. Por serem animais associados com status social, ser enterrado com um
cavalo era algo prestigioso, não sendo prática destinada a qualquer um.
(JENNBERT, 2009).
No entanto, o uso de cavalos em
sacrifícios funerários também era algo que remontava ideias encontradas na
própria mitologia. O deus Balder foi cremado em seu navio com seu cavalo, o
herói Sigurd, em algumas versões do mito, foi também cremado com seus cavalos e
cães de caça. Na mitologia também temos a condição de que Odin e Hermord usam
Sleipnir para viajar à Hel, um dos mundos dos mortos, estando esse situado no
subterrâneo. (OLIVEIRA, 2020a).
Por conta disso, o cavalo foi um
animal considerado também um psicopompo (condutor de almas), pois ele seria uma
montaria para os vivos e para os mortos (DUBOIS, 2012). Essa condição é
encontrada no filme, já próximo do final, quando durante um velório, um cavalo
é decapitado e seu corpo é estirado ao lado dos corpos, servindo de sacrifício
para auxiliar aquelas almas a encontrarem o caminho na outra vida.
Imagem 5: Cena com cavalo
A raposa
A presença da raposa no filme é
também sutil como do cavalo, embora mais explícita do que a do urso, serpente e
cisne. O pequeno animal aparece brevemente já na Islândia, enquanto Amleth
vivendo na fazenda de seu tio, sob disfarce de escravo, procura meios para
executar sua vingança. Em alguns momentos, ele ouve alguns dos moradores
reclamarem que uma raposa azul estava matando as galinhas. Até que certa noite
ele se depara com a raposa e ela sugere que ele a seguisse.
As raposas são animais sem
influência na mitologia nórdica, e na cultura escandinava da Era Viking, eram
principalmente lembradas como um incômodo para os criadores de aves domésticas,
além de serem cobiçadas por sua pele. (JENNBERT, 2009).
Mas o que a raposa azul do filme
poderia significar? Neste aspecto se trataria mais de uma intervenção de
roteiro do próprio Sjón, um dos roteiristas do filme, o qual escreveu o livro Skugga-Baldur (2003) traduzido para o
inglês como The Blue Fox (2008). No
Brasil, o livro foi intitulado A raposa
sombria (2014). O livro consiste numa narrativa de fantasia em que uma
raposa de pelagem cinza-azulada guia um pastor de volta para sua casa, numa
típica jornada de obstáculos. Dessa forma, Sjón aproveitou essa ideia de seu
livro e a inseriu no filme O Homem do Norte, colocando a raposa azul para
auxiliar Amleth.
Apesar da referência ao livro de
Sjón, o próprio autor se baseou no folclore para usar a raposa. Na religiosidade
escandinava referenciada em algumas sagas, encontramos informações sobre
espíritos os quais assumiam a forma de animais como os landvættir e as fylgjur. Os primeiros são espíritos da
natureza, mas os segundos são espíritos protetores.
As
fylgjur (fylgja no singular) são
espíritos que podem assumir a forma de mulheres jovens ou de animais. Tais
seres costumam ser citados mais nas sagas no que nas Eddas. Esses espíritos
atuam na proteção individual ou de uma família. Existem diferentes
interpretações para as fylgjur, em que em alguns casos avistá-las era um mau
presságio, pois significaria morte; por outro lado, ver sua fylgjur poderia
significar que ela estaria ali para avisar sobre um perigo iminente ou oferecer
ajuda. (TURVILLE-PETRE, 1964).
No caso, as fylgjur poderiam se
transformar em animais diversos como águias, falcões, ursos, lobos, cavalos,
bodes, raposas, serpentes etc. (MUNDAL, 1993). Por tal perspectiva, a raposa
que aparece no livro de Sjón e no filme visivelmente possui referência a essa
ideia de ser um animal auxiliador, algo visto na crença da fylgja-animal.
A serpente
O caso da serpente é similar ao
do urso e do cisne, pois sua presença é bem breve. Mas se por um lado não temos
um urso e um cisne que apareçam propriamente no filme, temos a cena em que uma
cobra aparece. No entanto, no contexto do filme a serpente expressa dois significados
distintos.
Primeiramente é preciso comentar
que no contexto escandinavo a serpente também era um animal de significados
ambíguos, podendo representar algo bom ou ruim. Por exemplo, nas Eddas é comum
as serpentes estarem associadas com o perigo, o castigo, a morte, os mortos e a
trapaça. Nas sagas as serpentes personificam também castigo, morte, desafio,
traição, mas há casos em que elas aparecem como símbolo de proteção e boa
sorte. (OLIVEIRA, 2020b).
O primeiro momento também é
relativo a Aurvandil e Fjölnir, em que o rei indignado com a traição do irmão,
mas sem mostrar fraqueza, pede que ele terminasse com aquilo e cravasse sua
espada como se fosse uma serpente. Aqui temos um caso interessante, que é o uso
da palavra serpente (ormr em nórdico antigo) como metáfora para armas. Isso é
mais comum nas sagas, em que encontramos a palavra serpente como metáfora para
espada, lança, perfuração, estocada, batalha, morte etc. (BRUNNING, 2015).
O segundo momento ocorre quando
Amleth conversa com um feiticeiro, o qual recomenda que o príncipe precisa
conseguir uma espada chamada Draugr (morto-vivo), a qual estava guardada num
túmulo. Após a explicação, o feiticeiro pega uma pequena cobra e a atira aos
pés do guerreiro, esse ao olhar para o chão, nota que o animal virou uma corda.
Aqui temos um exemplo interessante, pois serpentes eram animais associados com
o subterrâneo e o mundo dos mortos, atuando como uma conexão entre ambos, e no
caso do filme, a cobra se transformar numa corda, permitiu que Amleth desce-se
ao túmulo.
Imagem 7: O
feiticeiro segurando uma serpente.
O cisne
O último animal a ser citado,
assim como, o urso, também não aparece no filme. A presença do cisne também é
sutil e pode passar facilmente despercebida. Esse animal é representado na capa
vermelha da valquíria, a qual possui penas dessa ave.
Na mitologia escandinava o cisne
não é uma ave que possui grande destaque como no caso do corvo, da águia, do
falcão e do galo. O cisne aparece raramente. No entanto, em algumas histórias
essa ave branca possuía conexão com as valquírias, os espíritos responsáveis
por conduzir as almas dos guerreiros mortos para o Valhalla e o Folkvang.
Primeiro, é importante salientar
que nem sempre as valquírias aparecem como espíritos, há narrativas em que elas
assumiam um corpo humano e viviam entre a humanidade, chegando a se casar. Algo
do tipo é visto no poema Völundarkviða (Poema de Volund), o qual se narra a
história do príncipe Volund, o qual era um hábil ferreiro e ourives, e que foi
sequestrado pelo rei Níðuðr, e obrigado a trabalhar para ele. Na trama, o
protagonista e seus irmãos se casam com valquírias que se transformavam em
cisnes. (DALY, 2009).
Imagem 8: A capa da
Valquíria com penas de cisnes.
O cisne para os antigos nórdicos
simboliza o céu, mas estaria associado com o destino, algo visto nas
valquírias, pois elas eram psicopompos que conduziam as almas dos guerreiros
mortos. No Gylfaginning da Edda em Prosa, é informado que cisnes viviam no Poço
de Urd, local onde habitavam as Nornas, as deusas do destino. Sendo assim,
percebe-se que essa ave possuía uma conexão celeste e com o destino. (DALY,
2009).
E no caso do filme esse
simbolismo duplo foi mantido, pois Amleth em um estado de alucinação, ele ver
uma valquíria o conduzindo em seu cavalo, enquanto ela cavalga pelo céu
noturno, iluminado por uma aurora, rumo aos portões de Valhalla. O que
significava que seu destino havia se concluído.
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