O grupo interinstitucional NEVE (NÚCLEO DE ESTUDOS VIKINGS E ESCANDINAVOS, criado em 2010) tem como principal objetivo o estudo e a divulgação da História e cultura da Escandinávia Medieval, em especial da Era Viking, por meio de reuniões, organização de eventos, publicações e divulgações em periódicos e internet. Parceiro internacional do Museet Ribes Vikinger (Dianamarca), Lofotr Viking Museum (Noruega), The Northern Women’s Art Collaborative (Universidade de Brown, EUA), Reception Research Group (Universidad de Alcalá) e no Brasil, da ABREM (Associação Brasileira de Estudos Medievais) e PPGCR-UFPB. Registrado no DGP-CNPQ. Contato: neveufpb@yahoo.com.br

segunda-feira, 2 de maio de 2022

Chamada para dossiê: Vikings e ensino de História, Scandia 5

 


Chamada para dossiê: Vikings e Ensino de História, Scandia 5 (Envio de propostas até 31 de julho de 2022). 

Site da revista Scandia (clique aqui)

Editores: Dr. Leandro Vilar Oliveira (NEVE), vilarleandro@hotmail.com, e Dr. Pablo Gomes de Miranda (NEVE), pgdemiranda@gmail.com

Com as mudanças implementadas pela Base Nacional Curricular Comum(BNCC), o ensino de história medieval no Brasil contempla uma abordagem pontual e superficial que se limitam ao delineamento do feudalismo, a fragmentação do poder político, o processo de cristianização, o desenvolvimento do comércio e a mulher na Idade Média, entre outros assuntos, não contemplando mudanças que encontrem correspondência nas atuais discussões historiográficas que propõem uma outra Idade Média que não obscura e não limitada as realidades nacionais dos países da Europa Central (LIMA, 2019).

Contudo, nos últimos anos surgiram estudos sobre atividades escolares envolvendo a temática da Escandinávia medieval, mostrando que é possível inserir a história dos “vikings”, não apenas como uma possibilidade de diálogo com os eixos e temas propostos pela BNCC, mas também expandindo o diálogo com uma Idade Média sobretudo plural: exemplos recentes incluem o rompimento com os estereótipos históricos como a figura do Bárbaro (LANGER, 2002; PONCE, 2016) e a inserção fora do eixo eurocêntrico (MONCRIEFFE, 2020). Talvez um dos tópicos que melhor exemplifique a mobilidade dos homens na Idade Média e o contato dos povos nórdicos com outras territorialidades, a colônia da Vinlândia, raramente consta em nossos livros didáticos, e que apesar de sua brevidade, poderia servir como uma reflexão em sala de aula sobre o contato entre povos de culturas tão distintas.

Pensando em ampliar o diálogo e propor novas abordagens, convidamos os interessados a contribuir com o dossiê “Vikings, Escandinávia Medieval e Ensino de História”, com chamada aberta aos professores, estudantes e pesquisadores que possam contribuir com estudos, pesquisas e relatórios sobre práticas teóricas, metodológicas e didáticas apresentando formas de como inserir e abordar a história da Era Viking e de seus múltiplos contatos no ensino de história brasileiro, tanto em âmbito escolar, quanto universitário. Temas que podem ser elaborados e submetidos ao dossiê incluem não só os usos de fontes primárias em sala de aula, em especial as sagas islandesas, bem como as abordagens da mitologia germano-escandinava a partir de livros especializados e poemas medievais, mas as suas conexões com as produções culturais contemporâneas que tenham uma reflexão positiva em sala de aula.

Com a popularização da temática da Vikingmania no século XXI, dispomos de uma grande quantidade de produções midiáticas, comerciais, artísticas, acadêmicas e culturais, as quais refletem uma massificação do uso da palavra viking e todo os seus correlatos empregados para diversos fins (LÖNNROTH, 1997; NUNES, 2016). Partindo da concepção de pensar um neomedievalismo que gera ressignificações e reutilizações políticas, sociais e culturais da Idade Média (FUGELSO, 2010), o dossiê propõe abordar essa temática dentro do Ensino de História no Brasil, país da América Latina que apresenta uma grande influência da Vikingmania nos últimos vinte anos. Dessa forma, esperamos, também, receber propostas didáticas e metodologias de ensino, que abordem a temática viking através de vários enfoques, se utilizando do cinema, quadrinhos, videogames, estudos literários, mitológicos e culturais.

O prazo para a submissão é até 31 de julho de 2022 e deve ser feito pelo site: clique aqui. O periódico Scandia também receberá artigos a serem publicados na seção de temática livre, os interessados em submeter seus artigos devem fazê-lo seguindo o mesmo prazo.


Referências bibliográficas:


BARROS, Lucas & TREVISAN, Mariana. RPG e ensino de história medieval: repensando os Vikings. Caderno Intersaberes 10 (25), 2021, pp. 145-163.

CEDERLUND, Carl Olof. The modern myth of the Viking. J Mari Arch, n. 6, 2011, p. 5-35.

FUGELSO, Karl (eds). Defining Neomedievalism(s). Cambridge: D. S. Brewer, 2010.

LANGER, Johnni. Os Vikings e o estereótipo do bárbaro no ensino de história. História e Ensino, Londrina, v. 8, p. 85-98, out. 2002.

LIMA, Douglas Mota Xavier de. Uma História Contestada: a história medieval na base nacional comum curricular (2015-2017). Anos 90, v. 26, 2019.

LÖNNROTH, Lars. The Vikings in History and Legend. In: SAWYER, Peter. The Oxford Illustrated History of the Vikings. Oxford: Oxford University Press, 1997, p. 233–244.

MONCRIEFFE, Marlon Lee. Decolonising the History Curriculum: euro-centrism and primary schooling. Palgrave: Londres, 2020.

NUNES, Mônica Rebecca Ferrari. Memórias e matrizes em textos midiáticos explosivos: cenas medievalistas na cultura jovem. Intexto, v. 5, n. 37, 2016, pp. 242-261.

PONCE, Ariel Gómez. El retorno de los bárbaros. Frontera semióticas y desmitificación de complejos culturales en la figura del vikingo. Revista de Culturas y Literaturas Comparadas, v. 6, p. 1-15, 2016.

SOARES, Lucas Pinto. Ensino de História Medieval e jogos eletrônicos: ambientação e imaginário da Era Viking. 7º Simpósio eletrônico Internacional de Ensino de História, 2021.