O periódico acadêmico Medievalis (UFRJ) acaba de publicar dois artigos do NEVE: Sacred signs, divine marks geometric religious symbols in Viking Age Scandinavia, de Johnni Langer e Victor Hugo Sampaio Alves e Loki e suas múltiplas facetas na Edda em prosa e Edda poética, de Glezia Alves de Melo.
O artigo Sacred signs analisa o simbolismo religioso da suástica e da triquetra na Escandinávia da Era viking, enquanto o artigo Loki examina as simbolizações desta deidade nas fontes medievais.
Imagem de capa: reprodução da pedra rúnica de Snoldelev (DR 248), Sagnlandet Lejre, Lejre, Dinamarca. Fotografia de Johnni Langer, 2018.
Sacred signs, divine marks: geometric religious symbols in Viking Age Scandinavia - Resumo: O objetivo principal desta pesquisa é fornecer elementos analíticos sobre o significado dos símbolos geométricos identificados durante a Era Viking (especialmente a suástica e a triquetra). Inspirado na teoria dos símbolos de John Robb e na metodologia visual de Jill Bradley, este artigo aborda algumas das principais fontes visuais que ocorrem na cultura material nórdica (em especial, a pedra rúnica DR 248 e pingentes do martelo de Thor) e, em seguida, elaborando uma linha comparativa entre elas. Nossas principais conclusões são que os símbolos apresentam variedade em seus significados, de acordo com o contexto material e social em que foram inseridos e sua relevância religiosa permitiu sua permanência na tradição visual escandinava.
Loki e suas múltiplas facetas na Edda em prosa e Edda poética: A proposta deste artigo está voltada a representar em vista dos estudos narrativos encontrados nas fontes primárias do século XIII: Edda em Prosa e Edda Poética, as multiplicidades das representações míticas-simbólicas de Loki em meio as passagens encontradas no Gylfaginning, Skáldskarpamál, Lokasenna e Thrymskvida. Diante da análise comparativa foi percebido que a sua divindade possui diversos traços e, em cada narrativa, essas concepções se expandem para além do que os estudos recentes apontam. Loki, ora é vislumbrado com teor positivo, ora com teor negativo. No entanto, além do antagonismo vislumbrado nas narrativas, encontramos novas características associadas à vingança, alimentação, comicidade, persuasão entre outros. Utilizamos como aporte metodológico a teoria comparada de Jens Peters Schjødt (2016; 2017) no objetivo de traçar uma melhor forma para a compreensão das fontes tardias pré-cristãs associadas a divindade em questão.