Em julho de 2001 era publicado o
primeiro estudo acadêmico nacional sobre os vikings. A edição número 25 da
revista Varia Historia, vinculada ao
departamento de História da Universidade Federal de Minas Gerais, publicou o
artigo Fúria odínica: a criação da imagem
oitocentista sobre os vikings, de autoria de Johnni Langer e Sérgio
Ferreira dos Santos.
Apesar da academia brasileira desde o
século XIX e XX ter publicado alguns ensaios sobre Escandinávia Medieval, era a
primeira vez que se utilizava o conceito de vikings. Os historiadores do
império empregaram os termos nórdicos e escandinavos, prática também usual entre
alguns estudos brasileiros sobre Eddas e sagas durante a primeira metade do
século XX. Também durante a década de 1970 surgiu o livro de popularização
Vikings, os senhores do mar, escrito pelo jornalista brasileiro Roberto Pereira
de Andrade, mas sem pretensões acadêmicas.
O artigo Fúria odínica teve como meta
principal a análise das origens modernas do imaginários sobre os povos
nórdicos, concentrando essencialmente a formação artística e literária que os
vikings obtiveram durante o Oitocentos. Como consequência desta pesquisa,
posteriormente foi publicado o artigo The
origins of the imaginary viking, também de autoria de Johnni langer, no
periódico sueco Viking Heritage (edição
2, 2002) e o capítulo Rêver son passé,
no livro L´Europe des Vikings (Paris:
Éditions Hoebeque, 2004). Com grande repercussão internacional, o artigo sueco
também foi autorizado para ser traduzido pelo periódico russo Pravda.
Além de sua repercussão internacional
com a tradução (ver detalhes aqui), o artigo pioneiro da revista Varia Historia foi importante para a
implantação de uma nova geração de pesquisadores e escandinavistas no Brasil,
que posteriormente iriam se reunir em torno do NEVE, Núcleo de Estudos Vikings e Escandinavos, criado em 2010.
O artigo Fúria odínica pode ser acessado aqui.
Referências:
LANGER, Johnni. Uma brevehistoriografia dos estudos brasileiros de religião nórdica medieval, Horizontes 14(43), 2016.