Neste início de 2022 uma grande quantidade de artigos e reportagens nacionais e estrangeiras vem alardeando que os elmos de Veksø não são da Era Viking e sim da Idade do Bronze - como se este fato fosse uma novidade. Os objetos consistem num par idênticos de elmos encontrados no norte da Zelândia (Dinamarca) em 1942. Nesta mesma década foram datados como sendo da Idade do Bronze e durante os anos 1960 alguns estudos conectaram a sua técnica de fabricação com a Itália. Os dois elmos possuem glóbulos e simbolismos animais e possivelmente foram utilizados em cerimônias religiosas.
O motivo que originou todo este alarde foi um estudo publicado no periódico Praehistorische Zeitschrift em 20 de dezembro de 2021: "Anthropomorphised warlike beings with horned helmets: Bronze Age Scandinavia, Sardinia, and Iberia compared (disponível online: https://www.degruyter.com/document/doi/10.1515/pz-2021-2012/html). O estudo realiza uma comparação com os motivos de elmos chifrudos na Idade do Bronze, apontando conexões entre a Escandinávia e o Mediterrâneo, via rotas marítimas fenícias. E também uma data mais precisa para os elmos: teriam sido fabricados entre 857 a 907 a.C.
Como no imaginário popular os Vikings são associados com elmos portando chifres, alguns repórteres e jornalistas, desconhecendo maiores informações sobre os elmos, fizeram a confusão. Mas na realidade este imaginário é muito mais antigo do que os elmos de Veksø. Ele surgiu em 1851 por um artista francês, que inspirado na arte germânica do período, realizou a primeira imagem de um nórdico chifrudo. Posteriormente os britânicos vão ser influenciados por esta estética, que por sua vez iria gerar a continuidade visual do estereótipo pelos norte-americanos no cinema do século XX. Sobre este tema, consultar o artigo: https://www.academia.edu/61461062
Os elmos de Veksø atualmente fazem parte da seção da Idade do Bronze do Museu Nacional da Dinamarca, em Copenhague, e foram contemplados pelo NEVE em 2018 e 2019.