Odin é uma das deidades mais complexas e importantes da Mitologia Germânica. A seguir, elencamos uma pequena seleção de alguns trechos que comentam sobre este deus, com o intuito principal de divulgar quais fontes primárias já foram traduzidas ou então, como panorama bibliográfico ao estudo destas fontes. Não é um levantamento completo das fontes sobre Wodan/Odin, mas uma pequena seleção com o intuito de divulgar as fontes mais famosas. Cada fonte apontada possui outras descrições da dita deidade, obviamente.
1. Crônica romana, Germânia 9, Tácito, séc. I d.C.,
“Dentre todos os deuses, cultuam sobretudo Mercúrio, a quem crêem ser permitido até, em certos dias, imolar vítimas humanas”.
Tradução ao português de Maria Cecília Albernaz Lins Silva de Andrade, 2011.
2. Crônica germânica em latim, Origo Gentis Langobardorum, anônimo, séc. VII d.C.,
“Ambri e Assi, ou seja, os chefes Vândalos, rogaram a Godan, para que lhes desse a vitória sobre os Winnilis. Respondeu-lhes Godan dizendo: ´Aqueles que eu vir por primeiro ao surgir do sol, a eles eu concederei a vitória´".
Tradução ao português de Alexandre Ribas de Paulo, 2009.
3. Poesia germânica antiga, O encantamento de Merseburg, anônimo, séc. IX-X d.C.
"Vol e Wotan foram ao bosque/Aí o potro de Baldur torceu a pata/Neste lugar proferiram seu encantamento sobre ele".
Tradução ao português de Álvaro Bragança Júnior, O encantamento de Merseburg, In: Dicionário de Mitologia Nórdica. São Paulo: Hedra, 2015, pp. 162-164.
4. Poesia germânica em anglo saxão, O encantamento das nove ervas, Lacnunga, anônimo, séc. X d.C.
Uma serpente veio sorrateira, ela atacou um homem/ Então Woden pegou nove maravilhosos cajados/golpeou a serpente, de forma que ela se partiu em nove/ E lá acabou a maçã e o veneno.
Tradução ao português de Álvaro Bragança Júnior e Mayko Sotero Medronho, In: Dicionário de Mitologia Nórdica. São Paulo: Hedra, 2015, pp. 156-158.
5. Crônica germânica em latim, Gesta hammaburgensis Ecclesia Pontificum, Adam de Bremen, livro IV, cap. XVI.
"(...) Wotan, ou seja, o furioso, rege a guerra e dá aos homens força ccontra seus inimigos". Tradução ao português por Rodrigo Mourão Marttie, In: Tradução do livro IV/Templo de Uppsala, Dicionário de Mitologia Nórdica. São Paulo: Hedra, 2015, p. 489-491.
6. Crônica dinamarquesa em latim, Gesta Danorum 7, livro I - séc. XI, Saxo Gramaticus, latim:
“Naquela época, como a um certo Odin era atribuído por toda a Europa o falso título de divindade, tinha com frequência o costume de se hospedar em Upsala”.
Tradução ao inglês de Hilda Davidson (Brewer, 1979) e espanhol (Historia Danesa, tradução de Santiago Lluch, Miraguano, 2013).
7. Saga de rei, Ynglinga saga 2, In: Heimskringla, Snorri Sturluson, séc. XIII.
“Odin era um grande guerreiro e viajante que tinha um grande reino: era tão vitorioso que em cada batalha obtinha o triunfo”.
Tradução ao espanhol por Santiago Lluch, La saga de los Ynglingos, Miraguano, 2012.
8. Saga lendária, Saga dos Volsungos 12, séc. XIII, anônima.
“No dia seguinte, Sigurd foi até a floresta e deparou-se com um homem velho, de barba comprida. Este lhe era desconhecido. ele perguntou onde Sigurd vai. ele respondeu: Vou escolher um cavalo. Vem aconselhar na escolha. Ele fala: Vamos e os conduzimos até o rio que se chama Busiltiorn (...) O homem barbudo falou: Este cavalo descende de Slepnir e deve ser tratado com zelo, porque se tornará melhor que qualquer outro cavalo. O home desapareceu então. Sigurd deu ao cavalo o nome de Grani e este cavalo foi o melhor. Fora Odin quem ele encontrara”.
Tradução ao português por Théo de Borba Moosburger, Saga dos Volsungos, editora Hedra, SP, 2009.
9. Poesia escáldica: Sonnatorek 1, Egil Skallagrimson, séc. X, estrofe 1, in: Saga de Egil, Snorri Sturluson, séc. XIII.
“Com muito trabalho/ a língua se move/ no canto balança/ a voz pesa/não é ocasião/ para o roubo de Vídur/ mal o retiro/ do antro do gênio”.
Tradução ao espanhol por Luis Lerate (Poesía antiguo-nórdica, Alianza, 1993).
10. Poesia éddica, Vǫluspá 29, anônimo, Codex Regius, Edda Poética, séc. XIII.
“O Pai das Hostes escolheu para ela/ anéis e colares,/ conseguiu notícias sábias/ e bastão profético,/ ela viu longe e além,/ sobre cada mundo”
Tradução ao português por Pablo Gomes de Miranda, Scandia 1, 2018.
11. Poesia éddica, Havamál 105, séc. XIII.
“Gunnlod me deu/ de beber de um precioso hidromel/ em seu trono dourado;/ uma má recompensa”.
Tradução ao português por Elton Medeiros, 2013.
12. Poesia éddica, Grimnismál 9, séc. XIII.
“É fácil em demasia para aqueles que vêm a Óðinn encontrar o lar, das hastes de lanças são as vigas da moradia, de escudos é o teto do salão, cotas de malha esparramadas cobrindo assentos”.
Tradução ao português por Pablo Gomes de Miranda, 2014.
13. Poesia éddica, Baldrs draumar 2, séc. XIII.
"Odin se levantou, longevo Gautur; E ele no Slepnir ,a sela colocou; O abismo ele desceu com destino a Niflheim; Lá encontrou um cão, que como casa tinha Hel"
Tradução ao português de Yuri Fabri Venancio, 2019.
14. Edda em Prosa, Gylfaginning 19, Snorri Sturluson, séc. XIII.
“Odin é o principal e mais antigo dos deuses; ele manda em todas as coisas e apesar dos outros deuses serem poderosos, sem dúvida, todos lhe servem como filhos ao pai (...) Odin se chama Pai Universal porque é pai de todos os deuses; também se chama pai dos caídos porque recolhe como filhos a todos os que morrem em batalha”.
Tradução ao espanhol por Luis Lerate, Edda Menor, Alianza, 2004.
Vídeo do NEVE sobre as fontes da Mitologia Nórdica:
Artigo guia sobre as fontes da Mitologia Nórdica